Nosso segundo dia foi marcado por história e praia.
Como é costume em 99% das nossas viagens, contratamos um city tour para termos uma visão geral da cidade e quem sabe, conhecer um pouquinho mais dos secretos do lugar.
Este nosso city tour, foi perfeito. Éramos só nós 3... então o que deveria durar 3 h, durou pelo menos 4 horas e meia.
Nosso passeio começou em Santa Cruz Cabrália. Como a van da empresa, foi até Santa Cruz para deixar um grupo para o passeio de barco até Coroa Alta, o nosso guia, aproveitou a ida para nos levar até um "mirante" (um ponto mais alto do local), para nos dar algumas explicações sobre a disputa que existe na Região sobre em que local a nau Capitânia de Cabral parou. De acordo com os historiadores e suas pesquisas aos escritos deixados por Cabral, seria impossível Cabral ter parado sua nau em Porto Seguro, pois suas águas eram e são muito rasas. Apesar da constatações de que o Brasil foi realmente descoberto em Coroa Vermelha (distrito de Santa Cruz Cabrália), até hoje há disputa entre Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália. Nesta área existiu, inicialmente, o povoado de Santa Cruz, fundado pelo
donatário Pero do Campo Tourinho, destruído pelos índios Aimorés em
1564.

Nossa segunda parada foi em Coroa Vermelha. Localizada entre Santa Cruz Cabrália e Porto Seguro,lá se encontra a reserva indígena Pataxó, com um povoado onde nativos vendem artesanatos (colares de sementes, utensílios de cozinha, etc.). De acordo com o guia, as antigas habitações indígenas foram reformadas e transformadas em casas com telhados por conta das comemorações dos 500 anos de descobrimento do Brasil, descaracterizando a cultura indígena. É possível visitar uma aldeia Pataxó de verdade, mas preferimos não fazer este passeio com medo da reação da biscoitinha.
Caminhando pela feira de artesanato, lá no finalzinho do caminho, encontramos uma praça com a cruz em comemoração aos 500 anos de descobrimento do Brasil ...
...e a direita, a cruz no exato local onde aconteceu a primeira missa no Brasil.
Atrás de algumas barracas, é possível ter acesso a praia de Coroa Vermelha. O mar é paradinho demais. Perfeito para crianças. Achei a areia um pouco suja, mas não é sujeira de lixo... e sim de galhos de árvores. Creio que em alta temporada, o espaço ali deva ser disputado, pois a faixa de areia em si é bem pequena.
Depois de alguns longos minutos de explicações (estava muito quente... acho que foi o dia mais quente que passamos lá), retornamos para a van e seguimos rumo a cidade alta, também conhecida como Cidade Histórica ou antiga Vila de Nossa Senhora da Pena de Porto Seguro.
O centro histórico de Porto Seguro faz parte de uma região de Porto
Seguro (Bahia) apelidada como Costa do Descobrimento, devido aos
resquícios históricos da época do descobrimento que existem na região. O conjunto arquitetônico é datado do século XVI ao século XVIII e
formado por cerca de 40 imóveis, entre instituições e residências
particulares, ainda habitadas, distribuídas ao longo de três praças e
poucas ruas de chão batido. Para se ter ideia sobre o quanto o lugar é importante para a história do
Brasil, a região foi tombada em 1973 como patrimônio histórico e
artístico pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional) e é reconhecida pela Unesco como patrimônio da humanidade
desde 2000.
Para conhecer o local, é preciso estar com um sapato bem confortável, disposição para andar e uma boa máquina fotográfica para registrar a vista maravilhosa que se tem lá de cima.
Nosso passeio começou pelas ruínas da primeira escola dos jesuítas e a Igreja de
São Benedito datada de 1551.
Passamos pela
Matriz Nossa Senhora da Pena de 1535. Nesta mesma praça onde se encontra a Matriz Nossa Senhora da Pena,
encontramos também o Marco do Descobrimento, que até hoje está envolto
em uma polêmica porque não se sabe a sua origem, a Casa de Câmara e Cadeia que
representam os modelos de construção mais simples da época e hoje,
abriga um museu com mobiliário do século XVII e XVIII (Museu de Porto
Seguro) e uma das vistas mais bonitas de Porto Seguro.
A esquerda Matriz Nossa Senhora da Pena e a direita
Casa de Câmara e Cadeia.
Proibido tirar fotos dentro da Igreja Matriz
Igreja da Misericórdia de 1526, onde está instalado o
Museu de Arte Sacra e que é aberto a visitação terça a domingo, das 9h às 17h. Não entramos no Museu devido a impaciência da biscoitinha.
Na terceira praça é possível conhecer o Farol, que é outra construção antiga, datada de 1503, e que teria sido
instalada para sinalizar a ocupação das terras e servir como referência
para as embarcações.
Ao fim do passeio, ficamos no hotel para almoçarmos e seguimos em direção a barraca de Praia Axé Moi que é considerada a segunda maior barraca de praia desta região.
A estrutura em si é enorme. Pelo site busquei a informação de que são 20 mil metros quadrados de área, 1500 mesas, 6000 cadeiras e 1000 sombreiros, restaurantes, bares, palco com shows e 200 metros de praia "exclusiva".
Chegamos lá por volta das 15 horas e apesar de tudo me parecer até que bem organizado, não gostei do lugar. Mesmo em baixa temporada e mesmo não tendo muita gente... o mar em si estava cheio. Aquela situação em que vc entra na água e fica se esbarrando nas pessoas ?? Particularmente não gosto de lugares assim.
O cardápio é bem variado e achei os preços até mais em conta do que os preços praticados nos restaurantes do centro de Porto Seguro.
Por volta das 16 horas começou a aula de lambaeróbica (se é que ainda tem este nome) (hahahahahaha). Ficamos lá no cantinho (não... não levo jeito para requebrar em público) e até que a biscoitinha se divertiu com a música e com os jatos de água. A equipe de dançarinos é muito boa (ok... dançam pra caramba) e alguns até que são divertidos.
Em questão de acessibilidade, vi que tem alguns banheiros (dentre os 48) que são adaptados para os cadeirantes. Achei bem importante esta questão. Hoje em dia, aqui no Brasil, ninguém se preocupa muito com os cadeirantes.
A barraca começou a fechar as 17 horas. Quando digo fechar, significa que os garçons foram fechando as contas, fechando os sombreiros, guardando as mesas e cadeiras que ficam na areia e a animação no palco terminou. Ficamos por lá até umas 17:20h, quando então retornamos para o hotel.
* créditos:
-> Barraca Axé Moi: http://www.axemoi.com.br/site/
-> City Tour: http://pataxoturismo.com.br/
-> Wikipédia