As opções de Cruzeiros pelo Caribe são inúmeras. Desde a quantidade de empresas, até os roteiros oferecidos.
No nosso caso, não foi muito complicado decidir. Nossa primeira consideração era que o cruzeiro não poderia partir de nenhum porto que exigisse o visto americano. O nosso venceu ano passado e estava fora de cogitação, começar as férias já gastando uma quantia considerável com visto. A segunda consideração tinha que ser a data de saída que deveria ser no princípio de Novembro. Contabilizando mais os dias que passaríamos na cidade que iríamos embarcar... a viagem inteira não poderia ultrapassar 15 dias.
Reduzidas todas as possibilidade, ficamos em dúvida entre a MSC com seu cruzeiro partindo de Havana e a Pullmantur partindo de Cartagena.
A ideia inicial era sair de Havana, porém o cruzeiro MSC não tem nada incluído e teríamos que acrescentar alguns itens (tipo pacote de bebidas). Além disso, ao pesquisar hotéis em Havana, me choquei com os preços altos e instalações nem tão sofisticadas para algo tão caro. O que seria mais em conta e o que é bem famoso por lá, são as hospedagens familiares e sinceramente, ainda não consigo encarar esta possibilidade.
No final das contas, acabamos fechando o cruzeiro da Pullmantur que possuía um sistema de all inclusive, sairia de Cartagena (um lugar que tínhamos em mente conhecer um dia) e faria paradas em locais nunca visitados por nós antes.
Antes de continuar meu relato, vamos deixar enfatizado de que este foi nosso primeiro cruzeiro e caímos de paraquedas literalmente. Não encontrei nem nenhum lugar da internet um passo a passo sobre tudo que viveríamos e ficamos perdidos diversas vezes.
Embarcamos em um voo da Copa de madrugada e chegamos em Cartagena por volta das 9 horas da manhã. O voo de Brasília até o Panamá foi bem padrão Copa. Aeronaves antigas, sem entretenimento de borda, comida bemmmmm mediana e comissários um tanto quanto antipáticos. Já esperava e nada disto me surpreendeu. Na verdade, o que me surpreende é o fato dos aviões da Copa com saídas de Brasília, serem sempre velhos, precisando de manutenção interna e sem entretenimento de bordo. Das vezes que voei com saída de São Paulo, constatei aviões bem mais "sofisticados".
Sobre o Porto de Cartagena e o embarque:
Chegamos no Porto cedo, por volta das 10h e fomos levados a colocar nossa mala em uma fila (tinham apenas 5 na frente), colocaram etiquetas, nos deram um papel para preencher e mais nenhuma informação a ser dada. Perguntei o pq das malas ficarem ali... se eu precisaria pegar para embarcar, se dali iam direto para o navio, mas não obtive respostas.
O local é totalmente aberto e em meio a vegetação. Não sei como fazem em dias de chuva, mas no sol também não é agradável por conta do calor. Você vai encontrar um viveiro de araras bem bonito, alguns pássaros voando, zero internet wi fi gratuita (terá que pagar caso queira usar), pouca informação, tumulto e pouquíssimas opções de lanches.
Nosso lanche por módicos 11 dólares.
Enquanto esperávamos o check in começou um tumulto sobre ter que pagar uma taxa e sem ela não seria possível embarcar. Perguntei para algumas pessoas e todas me mandavam para a bendita fila. Não entendi até agora que taxa era aquela, só sei que assim que conseguimos chegar ao guichê, a atendente nos avisou que Brasileiros não precisavam pagar.
Por volta das 13 horas começou o processo de check in e apenas seguimos o fluxo... tentei novamente perguntar o que eu deveria fazer, mas fui ignorada. Fiquei ao lado da mala e na hora que mandaram seguir, nós seguimos. Colocamos as malas no raio-x e de lá elas foram para o setor responsável pela entrega. Fizemos todo o processo burocrático, tiramos foto, carimbamos os passaportes e enfim começamos a andar até o navio.
A fome era gigante, mas mesmo assim, tivemos que parar e conversar com um garçom que estava disposto a nos vender um pacote de bebidas extras. Ou seja, o cruzeiro era all inclusive, mas caso vc quisesse mais tipos de refrigerantes, cervejas e demais bebidas, tinha que pagar um x a mais. Optamos não comprar (até pq achei caro o preço, 17 dólares por dia e por pessoa).
Após nos desvencilhar dos garçons, fomos almoçar do restaurante do décimo primeiro andar e ficamos lá esperando até às 16h para podermos então, entrar nas cabines e me jogar na cama de exaustão. (mentira, tivemos que tomar banho correndo pq às 18h tinha treino de salvamento).
Treino de salvamento:
Mais uma vez reclamo da falta de organização, do som baixo que não me permitiu ouvir as instruções e a única pessoa que teve o colete salva vidas ajustado, foi a minha filha. Eu não aprendi a colocar aquilo, não consegui fechar e ninguém ensinou. Muita gente falando, muitas pessoas nem conseguiram chegar até o saguão e ficaram espremidas no corredor do navio.
Dei graças a Deus de não precisar usar o colete... pq se tivesse alguma emergência... já era. hahahahahaha...
Sobre o navio e cabines :
Viajamos no Monark que pelas minhas pesquisas na época era um navio recém reformado e realmente as instalações estavam bem conservadas no geral. Alguns pontos acredito que mereceriam um pouco mais de atenção, mas foram apenas detalhes de alguém bem observadora.
O navio comparado aos demais que pesquisei, é menor e com capacidade de apenas 2766 pessoas.
Nós pegamos a cabine com vista para o mar. Infelizmente demorei para fechar o Cruzeiro e não tinham mais disponíveis as cabines com varanda, o que já conta como ponto negativo, pois no Monark a quantidade de cabines com varanda é muito pequena (somente parte do décimo andar).
Pegamos a cabine para família que cabiam até 4 pessoas. Uma cama de casal e duas beliches. Beliche esta que foi totalmente recusada pela minha filha. E eu realmente achei bem insegura para crianças menores dormirem ali. Sem muita segurança lateral e principalmente com uma escadinha meio complicada de se descer (meu marido por exemplo subiu e para descer, preferiu se jogar na cama de casal pq ficou inviável descer na escada.
A cabine em si é muito apertada, então se você viaja com malas grandes, desista. Ou ficam vocês ou as malas. Nos deram a dica de colocarmos as coisas no cabideiro que realmente conta com várias prateleiras, porém, tinham uns 6 coletes salva vidas ocupando o pouco espaço que tinha e ficamos sem opção. O que deu, penduramos nos cabides disponíveis, o resto, ficou entulhado na mala mesmo, em um cantinho de pouca circulação (e em pé).
Restaurantes:
Basicamente eram 3. O Mediterrâneo e o Atlántico que ofereciam o jantar a noite (com horários marcados em dois turnos. Às 18:30h e às 21h. Nós ficamos com o horário das 21h) e o Delícias Buffet que ficava no décimo primeiro andar e funcionava praticamente 24 horas por dia.
Nos restaurantes noturnos (Mediterrâneo e Atlántico) ,não é possível escolher em qual restaurante comer. Assim que fazemos o check in e recebemos nossas carteirinhas de identificação, o restaurante e a mesa já são designados. O nosso restaurante foi o Atlántico e a mesa foi a 76,ou seja, não conheci o Mediterrâneo, mas sei que o cardápio lá era totalmente igual.
Uma das opções de cardápio
Cardápio infantil
A outra opção de jantar era o Delícias Buffet onde vc se servia e não precisava seguir as "regras da etiqueta". Por duas noites optamos por jantar lá pois não aguentamos esperar até às 18:30h. Mas confesso que não curti as opções de comida do buffet e para crianças confesso que esperava algo mais kids.
Para lanches da tarde, também tínhamos como opção o Delícias Buffet (que ficava no 11 andar). Lá tinha água, refri, vinho e cerveja liberados e algumas opções de sanduíches wrap, pães e a partir das 15h tinha pizza e às vezes rolou cachorro quente e hambúrguer. O probleminha eram as filas intermináveis e em um dos dias depois de mais de uma hora de fila, o hambúrguer acabou. Ponto fraco aqui tb.
Para o café da manhã, tb tínhamos 2 opções: o Atlántico Restaurante (local onde era o meu jantar) e o Delícias Buffet de Mercado.
Nossa preferência era sempre seguir para o Delícias Buffet pq ele era mais despojado. Você podia entrar com short, chinelo... no outro por ser mais sofisticado, vc tinha que seguir algumas regras. Porém nos dias em que parávamos cedo em algum porto, eles liberavam o restaurante "chique" para qualquer tipo de traje e mesmo com os dois restaurantes, o navio não dava conta de tanta gente tomando café da manhã no mesmo horário. Era uma confusão enorme com direito a filas na porta de entrada. E isto para mim foi um ponto muito fraco.
Kids Club
Outro ponto fraquíssimo na minha opinião. O espaço funcionava poucas horas por dia e nos principais horários em que os pais podem jogar no Cassino ou podem assistir a um show no teatro, o kids club estava fechado. Do que eu me lembre, o horário de funcionamento era das 13h às 16h com tolerância de 30 min. Ou seja, se vc quisesse deixar seu filho lá às 14 horas, já não poderia mais (foi exatamente isto que aconteceu comigo. Apareci no kids club às 14:30h e não pude deixar a criança lá). Durante a noite, funcionava de 21h às 23h. O que para mim também complicava pois nosso horário de jantar era às 21 horas. Então o teatro por exemplo que para mim era às 19h não rolava pq a minha filha não queria ir. Aí vem a pergunta? Mas pq vc não levava ela no restaurante Buffet de Mercado antes (ficava aberto praticamente 24 horas ), deixava no kids club e depois ir jantar com o marido?? Simples. O Buffet noturno era simplesmente péssimo. Sempre tinha um buffet de massas com molhos ruins, carnes "estranhas", sobremesas bonitas e sem gosto. E no Restaurante Atlantico existia um menu kids com macarrão a bolonhesa (bem gostoso), hamburguer, pizza, nuggets e de sobremesa tinha sorvete e/ou mousse de chocolate. Qual vcs acharam que ela preferia??? Por conta deste horário restrito, não pudemos aproveitar o Cassino (proibida a entrada de crianças), não fomos no Bar Pura Vida Música y Mas e nem curtimos a discoteca.
Shows
Bem... como citei acima, não pude assistir shows e apresentações de Teatro (tinham todos os dias). As únicas festas que fomos foi na noite do Capitão onde apresentaram a tripulação, falaram um pouco sobre o navio e o jantar foi mais especial. Esperava mais da noite, uma coisa mais pomposa... mas foi diferente e interessante.
O outro show que fomos foi em homenagem ao ABBA. Bati o pé que queria ir e minha pequena apesar de emburrada, foi. E o que dizer??? Foi sensacional !!! Achei uma super produção e me surpreendi com algo daquele jeito dentro de um navio.
Era uma boa área de piscina com bastante espreguiçadeiras e mesas, mas se serve um conselho, nos dias de navegação, chegue cedo. Curta o lugar mais vazio, desfrute da piscina... e quando der perto de meio dia, saia. ( isto é claro, se vc não gostar de muvuca como eu). Aí a tardinha, quando o sol estiver baixando, vc volta. Nos horários de pico, a piscina fica impraticável de cheia, música alta, equipe de animação a mil, geral gritando e dançando... eu não curto então respeitei o espaço de quem curte.
Ficar na parte de cima da área da piscina, tb rende boas fotos ao final de dia e se tem uma bonita vista enquanto o navio se afasta do porto.
Internet
Por não conseguir viver sem estar conectada, acabei comprando um pacote de internet para ficar conectada. Meu pacote era o mais simples e funcionava apenas para redes sociais (facebook, instagram e o mais importante para mim, whatsapp). Custou 49 dólares e funcionou muito bem. Nos horários de pico (chegada das pessoas após passeio), a internet ficava bem lenta, mas depois voltava ao normal e não tenho do que reclamar. Super me atendeu. Consegui até mandar vídeos curtos e postar no instagram normalmente.
Desembarque:
O desembarque até que foi tranquilo e organizado. Porém deveriam identificar as cores das etiquetas de forma a não confundirmos branco e cinza. O nosso desembarque era o branco, mas somente depois de sairmos do navio, identificamos que descemos antes do que deveríamos. Achamos que era cinza pq a fita do desembarque que recebemos era branca com ondinhas cinza. Enfim...
Passeios
Nossas paradas inicias eram em Montego Bay (Jamaica), Ilhas Cayman, Puerto Colón (Costa Rica) e Colón (Panamá), porém assim que chegamos, recebemos um comunicado que seria inviável parar em Puerto Colón e que esta parada seria substituída por Ocho Rios também na Jamaica.
Com exceção da parada em Montego Bay que fizemos um city tour oferecido pelo cruzeiro (20 dólares por pessoa), em todas as demais paradas negociamos os passeios diretamente com táxis ou empresas que ficavam nos portos oferecendo os serviços.
O Cruzeiro possui dezenas de opções de passeios em cada porto, porém considerei os preços bem salgados.Algo em torno de 200 a 300 dólares cada passeio para nós 3. Então no quesito passeios oferecidos pelo cruzeiro, eu não tenho como opinar. Apenas digo que as opções são inúmeras.
No próximo post falo sobre as paradas e os passeios que fizemos.
Outras fotos do navio:
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