A rota romântica da Alemanha (ou romantisch
estrasse) , considerada a mais antiga, foi fundada em 1950 como um
projeto turístico, indo de Würzburg a Füssen, percorrendo ao todo 460 km e 29 cidades encantadoras e
paisagens de tirar o fôlego (pelo menos o meu).
* Curiosidade: muitos poetas românticos alemães
dos séculos XVIII e XIX encontraram nas cidadezinhas da “rota” sua inspiração.
Além deles, podemos citar Walt Disney, que se inspirou no Castelo de Neuschwanstein nos arredores de
Füssen, para a criação do Castelo da Cinderela e a e a cidade Rothenburg, que o inspirou na criação
de Pinóquio.
O sentido da rota mais indicado (em todos os
blogs que procurei), seria começar a rota pela cidade de Würzburg (para quem chega a
Alemanha por Frankfurt) e descer até Füssen. Porém estávamos vindo de Berlim,
Dresden, Leipzig, chegamos em Munique e nosso voo de volta partiria de
Frankfurt, ou seja, totalmente ao contrário das indicações. Então nossa rota
foi totalmente ao contrário. Não vi problema algum nisto, fizemos todas as
cidade que tínhamos em mente, admirei paisagens deslumbrantes... então, creio
que não faça muito diferença (no meu entendimento de leiga).
Outro informação importante que peguei foram a
quantidade ideal de dias para percorrer a rota: de 4 a 5 dias. Em algumas
cidades vocês conseguem passar 2 a 3 horas apenas por ter um centrinho
turístico bem simples, em outras cidades “perde-se” um tempo maior. Nós fizemos
a rota em 7 dias pq no nosso roteiro fizemos um desvio no meio do caminho para
conhecermos Liechtenstein, mas confesso que 7 dias foram pouco... foi um amor
tão arrebatador por esta região, que a vida inteira seria pouco para eu curtir
cada cantinho que deixei para trás.
Nós alugamos carro para fazer este percurso.
Pegamos em Munique e devolvemos em Frankfurt. Não há com o que se preocupar em
relação a pedágios, pois eles não existem nesta rota e as estradas são
simplesmente perfeitas. Porém é preciso ter cuidado com o gps. Ele vai guiar
você pelas autoestradas e com isto você vai perder as melhores paisagens. Então
você tem duas opções: ou programa o gps para evitar as autoestradas ou vai
digitando cidadezinha por cidadezinha, forçando o gps a levar vc pelas estradas
que fazem parte da romantisch estrasse. Outra forma de se seguir a estrada é
seguindo as placas marrons pelo caminho (esta foi uma dica que peguei em vários
sites e blogs da internet, porém confesso que não achei estas placas por todos
os caminhos pelos quais passei).
Caso alugar carro não seja uma opção, é possível
fazer o percurso de trem e de ônibus.
Para uma viagem de
ônibus,
pesquise pelo Romantic Road Coach. Ele funciona num esquema bem legal: você
pode saltar do ônibus em determinados lugares e voltar para o ônibus a hora que
desejar. Toda manhã partem dois ônibus: um de Frankfurt em direção a
Munique e outro na direção inversa. Ambos passam por várias cidades e se quiser,
você pode descer e passear à vontade. Pode até passar uns dias na cidade – e
depois subir no ônibus novamente, na direção que desejar. A empresa opera de abril a outubro. A passagem
vale por 6 meses.
Maiores informações: https://www.eurolines.de/en/national-bus-lines/romantic-road-coach/
Para uma viagem de trem, pesquise pelo Bayern
Ticket. O trem é lento e, para percorrer a Rota Romântica, pode ser necessário
baldeações e combinação com viagens de ônibus locais.
Apesar da Rota Romântica ter 29 cidades, não
passamos por todas por uma questão de tempo, então citarei neste roteiro as
cidades pelas quais passamos (escolhidas por nós antes de embarcamos) e o que
fizemos em cada uma.
OBS: No post de hoje citarei as cidades que
passamos no caminho para Füssen. Reparem que estas cidades não fazem
parte da Rota Romântica que começará somente em Füssen.
Saímos de Munique por volta das 10h da manhã e
pegamos estrada rumo a Garmish – Partenkirchen, o que seria a nossa primeira
parada.
Pelo caminho, paisagens de tirar nosso fôlego.
Montanhas nevadas, céu azul, vaquinhas nos campos... um cenário de conto de
fadas.
Ao invés de Garmish ser nossa primeira parada,
acabamos parando o carro assim que nos deparamos com o lago Kochel. Ele não
estava nas nossas previsões de passeios, mas quando vi aquela água
incrivelmente transparente, contrastando com aquelas montanhas ainda cobertas
de neve e o céu brilhantemente azul, não tivemos como ignorar o cenário e
estacionamos o carro para algumas fotos. Para quem quiser dar uma paradinha, o
local possui estacionamento de carros e várias famílias faziam pic nic nas
margens do lago.
Seguindo um pouco mais a frente, chegamos ao lago
Walchensee. Outro lago divino e muito mais movimentado. Com áreas que lembram
praias, muitas pessoas curtiam o dia na beirada. Além disto, o local oferece
atividades de pesca, natação, windsurfe, caiaque, entre outras. Enquanto
rodávamos pelo lago, descobrimos que no local existe um teleférico chamado Herzogstandbahn,
que liga a ponta norte da vila de Walchensee ao topo do Herzogstand, oferecendo
lindas vistas da paisagem e arredores. No verão é um mirante perfeito e no
inverno tem pistas de esqui. Queria muito ter pego o teleférico, mas o local
estava impraticavelmente cheio e não tinha local nem para dar uma encostadinha
com o carro.
Seguindo nosso caminho, alguns minutos depois
chegamos a Garmish – Partenkirchen que são consideradas duas cidades gêmeas e
ficam às margens do riacho Patnacher. As duas cidades são polos de esportes de
inverno por conta do monte Zugspitze, o ponto mais alto da Alemanha com 2962
metros de altura e por conta disto, mesmo no verão é possível brincar na neve,
construir bonecos de gelo e fazer esqui bunda. Nós não planejávamos subir até o
topo. Fomos para a Alemanha na primavera, não estava tanto calor e pelo que li
em diversos relatos, a diferença de temperatura entre a base (na cidade) e o topo,
são de pelo menos 20 graus (isto sem contar com o vento forte que li ser
frequente, então a sensação térmica deve ser bem menor). Como no dia que fomos
conhecer as cidades a temperatura local estava em 26 graus, preferi não nos
arriscar e congelar lá em cima (e não tínhamos levado roupa para tal passeio. Como
o único lugar que poderíamos ver neve era ali, achei besteira carregar casacos,
roupa térmica e impermeável para usar só por algumas horas). Porém, para os
mais corajosos, indico bastante esta subida. Pelas fotos que vi, o lugar é
incrível.
Nós apenas rodamos as cidades que assim como o
lago Walchensee estava lotada de pessoas. Como tínhamos deixado para almoçar
por ali, foi bem complicado encontrar um cantinho para comer e acabamos optando
pelo famoso fast food.
Após algumas horas, seguimos para nossa parada
final: Oberammergau, também conhecida como a cidade dos entalhes de madeira.
Oberammergau fica localizada na Rota dos Alpes e
possui cerca de 5400 habitantes. A grande beleza da cidade está nos afrescos
das fachadas de suas casas. Todos sempre com temas religiosos, muitos
representando cenas da Paixão de Cristo, outros representando tarefas e cenas
do dia a dia da cidade antigamente.
Outro ponto forte da cidade são as esculturas
talhadas em madeira. É cada obra de arte que ninguém diz que foi feita em
madeira.
OBS: que levou a cidade a ser uma das mais
visitadas da Rota dos Alpes, é a apresentação da Paixão de Cristo encenada
pelos habitantes da cidade a cada 10 anos. Esta tradição começou em 1633 !! A
próxima apresentação da Paixão de Cristo vai ser em 2020 e já há ingressos a
venda, pois tem que comprar mesmo com muita antecedência.
Para quem se interessar em fazer a Rota dos
Alpes, Oberammergau é um bom ponto de hospedagem, visto que fica pertinho de
duas das atrações imperdíveis desta Rota: a Abadia de Ettal e o
Castelo Linderhof, único castelo que o famoso Rei Luís Ludwig II conseguiu
construir por completo antes da sua morte em 1886.
Pilatushouse - um dos pontos turísticos da cidade.
Entendem pq no início do post eu comentei sobre
passar a vida inteira neste lugar??? São inúmeras rotas e lugares mágicos para
se conhecer. E infelizmente não pernoitamos na cidade. A escolha foi difícil e
acabei por ser convencida a focar na Rota Romântica e seguir caminho.
Como o final do dia já se aproximava, depois de
algumas horinhas rodando a cidade, pegamos o carro e seguimos para Füssen,
onde então dormiríamos.
E a emoção de ver o Castelo que fez parte meus sonhos por anos da beira da estrada foi algo indescritível.
* Roteiro feito de carro no primeiro dia.
Chegamos em Füssen,
passamos em um mercado para comprar algumas coisas e nos dirigimos para o hotel
que não ficava exatamente na parte mais turística, mas sim há uns 7 km de
distância (cerca de 6 min de carro). A nossa ideia era ficar no centro
turístico para rodar com tranquilidade, mas os preços de hotéis estavam
impraticáveis então optamos nos afastar um pouco mais e querem a minha opinião
sobre esta decisão??? A melhor possível!!! Nos hospedamos no Lago Hopfensee, em
um hotel/restaurante que mais parecia mais um flat. Quarto enorme com sala,
banheiro, cozinha e uma varanda com vista de tirar o fôlego. Quando cheguei na
varanda, minha ideia foi só de tomar um banho e descer para curtir o pôr do sol
aos pés de um lago lindo e das montanhas nevadas ao fundo. O hotel que ficamos
se chamava San Marco (Uferstraße 13, 87629 Füssen). E indico demais !
Nenhum comentário:
Postar um comentário