Conhecer a
Alemanha sempre foi um sonho que considerei muito distante. Não sei pq, mas
sempre achei que ir para a Alemanha era uma viagem difícil, onde encontraria um
povo antipático, com a língua sendo um grande impasse e um País com uma
história pesada que tiraria um pouco a cor do País.
Ledo engano. Me apaixonei pela Alemanha como nunca imaginei. Voltar para
casa, pela primeira vez depois de tantas viagens, foi difícil.
Nosso roteiro começou por Berlim, passou por Dresden, Leipzig, Munique,
Rota Romântica, Liechtenstein, Nuremberg e terminou em Frankfurt.
Então, vamos começar a escrever.
O aeroporto de Berlim-Schönefeld é um dos dois aeroportos que atendem
a capital da Alemanha, ao lado do Tegel, que fica dentro da cidade. Schönefeld
fica distante 22 quilômetros do centro da cidade, mas diferente do Tegel, ele é
atendido por uma estação de trem que o conecta às principais estações da
cidade, incluindo a estação central, a Hauptbanhof. Chegando em Berlim por
Schönefeld é sempre uma boa opção.
Nós chegamos pelo Tegel vindos de uma conexão em Londres. Infelizmente não
há ligações por trens ou metrô a partir daqui. O único jeito de
economizar então fica sendo o ônibus.
Nesse aspecto, o
aeroporto é bem conectado com a cidade por ônibus que saem aproximadamente
a cada 10min. Os pontos ficam do lado de fora dos terminais A e B.
·
TXL
JetExpressBus: Paradas em Beusselstraße (S), Hauptbahnhof (S e U) e Alexanderplatz
(S e U).
·
X9
JetExpressBus: Jungfernheide (S e U) e Zoologischer Garten (S e U).
·
Ônibus
128: Paradas em Kurt-Schumacher-Platz (U), Franz-Neumann-Platz (U) e
Osloer Straße (U).
·
Ônibus
109: Paradas em Jakob-Kaiser-Platz (U), Jungfernheide (S e U) e
Zoologischer Garten (S e U).
* Conexões: S
significa Trem e U significa Metrô
Os
bilhetes simples custam 2,90€ (válidos para as zonas A e B da cidade) e a
viagem até Alexanderplatz, por exemplo, dura pouco mais de 30min, dependendo do
trânsito.
Como chegamos a
noite, exaustos de uma longa viagem e 5 horas de fuso, optamos pelo táxi que
saiu se não me engano por 30 euros.
Em Berlim nos hospedamos no hotel Berlim, na Luetzowplatz 17. É um hotel
bem grande. Ocupa todo um quarteirão. Possui quartos grandes e super
confortáveis. Achei a localização ótima também. Tinha um ponto de ônibus na
praça em frente ao hotel e de lá fizemos todos os passeios sem o menor
problema.
Dia 1
Nosso primeiro
dia em Berlim foi totalmente a pé. Exaustivo? Com certeza. Faria isto de novo?
Não. Mas existiam alguns locais interessantes para se conhecer e que ficavam a
uma curta caminhada do hotel, então fomos caminhando para eles e um local foi
levando ao outro e a fascinação de estar ali diante das minhas aulas de
história, fizeram com que eu demorasse a não mais sentir as pernas.
Saímos do hotel
e fomos caminhando em direção ao Bendlerblock. Esse prédio era a sede da
Marinha Alemã, mas ele ficou mais conhecido por ter sido o lugar onde Hitler
sofreu um atentado em 20 de Julho de 1944, mas saiu ileso.
De lá fomos caminhando em direção a Potsdamer Platz. . É uma praça com prédios modernos e é um dos locais mais movimentados e visitados de Berlim. Na Potsdamer Platz encontra-se o Sony Center, um complexo com lojas, restaurantes, escritórios, sofisticados flats e cinemas. E é lá também onde acontecem as pré-estréia de filmes, recebendo grandes astros de Hollywood.
Em frente ao Sony Center no canteiro central da rua Potsdamer
Strasse, tem uma Calçada da Fama, nos moldes da de Hollywood, só que com
estrelas para celebridades alemãs.
Há também
fragmentos do muro de Berlim próximo de uma das entradas do metrô da
estação Potsdamer Platz.
Pertinho da
Potsdamer Platz encontra-se uma das últimas torres de vigilância que fazia
parte do esquema de segurança ao longo do muro de Berlim. Esta torre que restou nas imediações da
Potsdamer Platz é do modelo “BT 6”. O 6 indica a quantidade de blocos de
concreto empilhados um sobre o outro para formar o pé da torre. Esta é a única torre BT 6 que restou e foi
considerada patrimônio histórico em 2001.
Após tirar
foto do “BT 6”, seguimos caminho em direção ao Bunker Anhalter Bahnhof, Perto
de onde funcionava a antiga estação de trens Anhalter Bahnhof, fica um dos
bunkers de Hitler, meio escondido atrás de uma fachada de tijolos vermelhos, no
bunker hoje funciona o Museu de História de Berlim e o mais legal é que ele
pode ser explorado por completo. Nós só tiramos foto. Não quis entrar no Museu
por achar que ele seria um passeio forte para uma criança.
Dali, voltamos alguns metros e chegamos
a Topografia do Terror. A sede da Gestapo, a polícia secreta de Hitler
não existe mais, ficava ao lado do Ministério da Defesa e nesse local funciona
hoje o Museu Topography of Terror. Da sede da Gestapo sobrou apenas as
fundações e onde existiam algumas celas e salas secretas. No Topography of
terror, existe uma parte do muro intacta e muitas informações históricas, além
de um acervo fotográfico enorme.
O lugar é simplesmente incrível. É a história viva ali na nossa frente.
O Museu possui muitos quadros com informações e fotos. Dei apenas uma rápida
olhada. O local tem um clima bem pesado o que já era esperado visto o horror
que os judeus sofreram ali.
Bem em frente ao Topography of terror, vimos um prédio cinza,
enorme... ali funcionou o Ministério da
Aviação do Reich, sede da Luftwaffe
comandado pelo Marechal do Reich Hermann Göring. Foi por trás daquelas paredes
grossas que muitos dos horrores da guerra foram planejados. A arquitetura do
lugar é tipicamente nazista, com linhas retas e sóbrias.
De lá, caminhamos mais um pouco, rumo ao Checkpoint Charlie, que foi o
nome dado pelos Aliados ao posto militar mais utilizado para quem queria
atravessar a fronteira que separava a Alemanha Ocidental e a Alemanha Oriental
à época da Guerra Fria. Ali é possível tirar fotos e por mais alguns poucos
euros, você pode ter seu passaporte carimbado. Nesta rua também fica um
museu dedicado a história do lugar.
Do Checkpoint Charlie, seguimos caminhando em direção a Gendarmenmark,
considerada a praça mais bonita de Berlim.
No caminho, passamos pela Bethlehems kirche Platz . Nesta praça existia
uma Igreja cuja construção foi concluída em 1737. Esta Igreja foi totalmente
destruída durante a Segunda Guerra Mundial . Em 2012, um projeto internacional
de Memórias Urbanas reconstruiu a Igreja apenas com pilares de aço. Ficou uma
linda obra.
Chegando a Gendarmenmark encontramos as catedrais gêmeas. uma é a Catedral Francesa e a outra a Catedral alemã. Entre elas fica a Konzerthaus.
De lá fomos tomando nosso caminho de volta ao hotel. Porém, nosso
caminho foi repleto de locais perfeitos para se conhecer.
Passamos pela estação Mohrenstraße do metrô. O suntoso prédio de mármore
vermelho onde funcionou a Chancelaria do Terceiro Reich não existe mais, foi
bombardeado durante a guerra e seu antigo endereço nem é tão divulgado para
evitar o culto de neonazistas, mas o que pouca gente sabe é que todo aquele
mármore foi usado na reconstrução desta estação.
Caminhando um pouquinho mais, na esquina das ruas Gertrud-Kolmar-Straße
com In den Ministergärten, encontramos o Führerbunker – O Bunker de Hitler. O chamado bunker de Hitler, era um abrigo
subterrâneo a 5 metros de profundidade com cerca de trinta salas distribuídas
em dois pavimentos. Foi lá que um dos piores ditadores na história da
humanidade passou seus últimos dias.
Foi no bunker que Hitler se
suicidou com um tiro em 30 de abril de 1945. Eva Braun, que foi namorada de
Hitler por anos e com quem ele ainda se casou na noite anterior no bunker,
também cometeu suicídio ingerindo um cápsula de cianeto. Hoje em dia o
que se pode ver é somente um estacionamento e um painel informativo que indica
que era ali o bunker de Hitler. Até 2006 antes da Copa do Mundo, nada
indicava que ali ficava o bunker. Tudo para evitar que cultuadores de Hitler
fizessem do local um templo de contemplação.
Já que estávamos bem pertinho, resolvemos aproveitar e conhecer o Memorial
dos Judeus Mortos (Memorial to the Murdered Jews of Europe) que é formado por 2.711 blocos de concreto de diferentes
tamanhos para representar os 6 milhões de judeus mortos pelos nazistas.
De lá seguimos para o tão falado e famoso Portão de Brandenburg para
tirarmos algumas fotos. O Portão de Brandemburgo (Brandenburger Tor) é um
símbolo histórico da cidade de Berlim, inclusive este portão foi o único que
sobrou de outros portões construídos durante o crescimento e expansão da cidade
ao longo do tempo. Foi por ele que as tropas napoleônicas invadiram Berlim.
Bem em frente fica o Tiergarten hoje um belo parque com a principal
área verde da cidade, e na época, o jardim imperial.
Atravessamos uma parte do Tiergarten e finalmente chegamos ao hotel. Um dia longo com mais de 10 km percorridos, mas que valeram demais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário