terça-feira, 16 de abril de 2019

Berlim - Alemanha - Parte 1


Conhecer a Alemanha sempre foi um sonho que considerei muito distante. Não sei pq, mas sempre achei que ir para a Alemanha era uma viagem difícil, onde encontraria um povo antipático, com a língua sendo um grande impasse e um País com uma história pesada que tiraria um pouco a cor do País. 

Ledo engano. Me apaixonei pela Alemanha como nunca imaginei. Voltar para casa, pela primeira vez depois de tantas viagens, foi difícil.

Nosso roteiro começou por Berlim, passou por Dresden, Leipzig, Munique, Rota Romântica, Liechtenstein, Nuremberg e terminou em Frankfurt.

Então, vamos começar a escrever.

O aeroporto de Berlim-Schönefeld é um dos dois aeroportos que atendem a capital da Alemanha, ao lado do Tegel, que fica dentro da cidade. Schönefeld fica distante 22 quilômetros do centro da cidade, mas diferente do Tegel, ele é atendido por uma estação de trem que o conecta às principais estações da cidade, incluindo a estação central, a Hauptbanhof. Chegando em Berlim por Schönefeld é sempre uma boa opção.

Nós chegamos pelo Tegel vindos de uma conexão em Londres.  Infelizmente não há ligações por trens ou metrô a partir daqui. O único jeito de economizar então fica sendo o ônibus.

Nesse aspecto, o aeroporto é bem conectado com a cidade por ônibus que saem aproximadamente a cada 10min. Os pontos ficam do lado de fora dos terminais A e B.

·         TXL JetExpressBus: Paradas em Beusselstraße (S), Hauptbahnhof (S e U) e Alexanderplatz (S e U).

·         X9 JetExpressBus: Jungfernheide (S e U) e Zoologischer Garten (S e U).

·         Ônibus 128: Paradas em Kurt-Schumacher-Platz (U), Franz-Neumann-Platz (U) e Osloer Straße (U).

·         Ônibus 109: Paradas em Jakob-Kaiser-Platz (U), Jungfernheide (S e U) e Zoologischer Garten (S e U).

* Conexões: S significa Trem e U significa Metrô

 Os bilhetes simples custam 2,90€ (válidos para as zonas A e B da cidade) e a viagem até Alexanderplatz, por exemplo, dura pouco mais de 30min, dependendo do trânsito.

Como chegamos a noite, exaustos de uma longa viagem e 5 horas de fuso, optamos pelo táxi que saiu se não me engano por 30 euros.

Em Berlim nos hospedamos no hotel Berlim, na Luetzowplatz 17. É um hotel bem grande. Ocupa todo um quarteirão. Possui quartos grandes e super confortáveis. Achei a localização ótima também. Tinha um ponto de ônibus na praça em frente ao hotel e de lá fizemos todos os passeios sem o menor problema.

Dia 1

Nosso primeiro dia em Berlim foi totalmente a pé. Exaustivo? Com certeza. Faria isto de novo? Não. Mas existiam alguns locais interessantes para se conhecer e que ficavam a uma curta caminhada do hotel, então fomos caminhando para eles e um local foi levando ao outro e a fascinação de estar ali diante das minhas aulas de história, fizeram com que eu demorasse a não mais sentir as pernas.

Saímos do hotel e fomos caminhando em direção ao Bendlerblock. Esse prédio era a sede da Marinha Alemã, mas ele ficou mais conhecido por ter sido o lugar onde Hitler sofreu um atentado em 20 de Julho de 1944, mas saiu ileso.




De lá fomos caminhando em direção a Potsdamer Platz. . É uma praça com prédios modernos e é um dos locais mais movimentados e visitados de Berlim.  Na Potsdamer Platz encontra-se o Sony Center, um complexo com lojas, restaurantes, escritórios, sofisticados flats e cinemas. E é lá também onde acontecem as pré-estréia de filmes, recebendo grandes astros de Hollywood.




Em frente ao  Sony Center no canteiro central da rua Potsdamer Strasse, tem uma Calçada da Fama, nos moldes da de Hollywood, só que com estrelas para celebridades alemãs.




Há também fragmentos do muro de Berlim próximo de uma das entradas do metrô da estação Potsdamer Platz.



Pertinho da Potsdamer Platz encontra-se uma das últimas torres de vigilância que fazia parte do esquema de segurança ao longo do muro de Berlim.   Esta torre que restou nas imediações da Potsdamer Platz é do modelo “BT 6”. O 6 indica a quantidade de blocos de concreto empilhados um sobre o outro para formar o pé da torre. Esta é  a única torre BT 6 que restou e foi considerada patrimônio histórico em 2001.


Após tirar foto do “BT 6”, seguimos caminho em direção ao Bunker Anhalter Bahnhof, Perto de onde funcionava a antiga estação de trens Anhalter Bahnhof, fica um dos bunkers de Hitler, meio escondido atrás de uma fachada de tijolos vermelhos, no bunker hoje funciona o Museu de História de Berlim e o mais legal é que ele pode ser explorado por completo. Nós só tiramos foto. Não quis entrar no Museu por achar que ele seria um passeio forte para uma criança.





Dali, voltamos alguns metros e chegamos  a Topografia do Terror. A sede da Gestapo, a polícia secreta de Hitler não existe mais, ficava ao lado do Ministério da Defesa e nesse local funciona hoje o Museu Topography of Terror. Da sede da Gestapo sobrou apenas as fundações e onde existiam algumas celas e salas secretas. No Topography of terror, existe uma parte do muro intacta e muitas informações históricas, além de um acervo fotográfico enorme.





O lugar é simplesmente incrível. É a história viva ali na nossa frente. O Museu possui muitos quadros com informações e fotos. Dei apenas uma rápida olhada. O local tem um clima bem pesado o que já era esperado visto o horror que os judeus sofreram ali.

Bem em frente ao Topography of terror, vimos um prédio cinza, enorme...  ali funcionou o Ministério da Aviação do Reich, sede da  Luftwaffe comandado pelo Marechal do Reich Hermann Göring. Foi por trás daquelas paredes grossas que muitos dos horrores da guerra foram planejados. A arquitetura do lugar é tipicamente nazista, com linhas retas e sóbrias.


De lá, caminhamos mais um pouco, rumo ao Checkpoint Charlie, que foi o nome dado pelos Aliados ao posto militar mais utilizado para quem queria atravessar a fronteira que separava a Alemanha Ocidental e a Alemanha Oriental à época da Guerra Fria. Ali é possível tirar fotos e por mais alguns poucos euros, você pode ter seu passaporte carimbado. Nesta rua também fica um museu  dedicado a história do lugar.

 




Do Checkpoint Charlie, seguimos caminhando em direção a Gendarmenmark, considerada a praça mais bonita de Berlim.

No caminho, passamos pela Bethlehems kirche Platz . Nesta praça existia uma Igreja cuja construção foi concluída em 1737. Esta Igreja foi totalmente destruída durante a Segunda Guerra Mundial . Em 2012, um projeto internacional de Memórias Urbanas reconstruiu a Igreja apenas com pilares de aço. Ficou uma linda obra.



Chegando a Gendarmenmark encontramos as catedrais gêmeas. uma é a Catedral Francesa e a outra a Catedral alemã. Entre elas fica a Konzerthaus.

De lá fomos tomando nosso caminho de volta ao hotel. Porém, nosso caminho foi repleto de locais perfeitos para se conhecer.

Passamos pela estação Mohrenstraße do metrô. O suntoso prédio de mármore vermelho onde funcionou a Chancelaria do Terceiro Reich não existe mais, foi bombardeado durante a guerra e seu antigo endereço nem é tão divulgado para evitar o culto de neonazistas, mas o que pouca gente sabe é que todo aquele mármore foi usado na reconstrução desta estação.



Caminhando um pouquinho mais, na esquina das ruas Gertrud-Kolmar-Straße com In den Ministergärten, encontramos o Führerbunker – O Bunker de Hitler.  O chamado bunker de Hitler, era um abrigo subterrâneo a 5 metros de profundidade com cerca de trinta salas distribuídas em dois pavimentos. Foi lá que um dos piores ditadores na história da humanidade passou seus últimos dias

Foi no bunker que Hitler se suicidou com um tiro em 30 de abril de 1945. Eva Braun, que foi namorada de Hitler por anos e com quem ele ainda se casou na noite anterior no bunker, também cometeu suicídio ingerindo um cápsula de cianeto. Hoje em dia o que se pode ver é somente um estacionamento e um painel informativo que indica que era ali o bunker de Hitler. Até 2006 antes da Copa do Mundo, nada indicava que ali ficava o bunker. Tudo para evitar que cultuadores de Hitler fizessem do local um templo de contemplação.




Já que estávamos bem pertinho, resolvemos aproveitar e conhecer o Memorial dos Judeus Mortos (Memorial to the Murdered Jews of Europe) que é formado  por 2.711 blocos de concreto de diferentes tamanhos para representar os 6 milhões de judeus mortos pelos nazistas.



De lá seguimos para o tão falado e famoso Portão de Brandenburg para tirarmos algumas fotos. O Portão de Brandemburgo (Brandenburger Tor) é um símbolo histórico da cidade de Berlim, inclusive este portão foi o único que sobrou de outros portões construídos durante o crescimento e expansão da cidade ao longo do tempo. Foi por ele que as tropas napoleônicas invadiram Berlim.


Bem em frente fica o Tiergarten hoje um belo parque com a principal área verde da cidade, e na época, o jardim imperial.





Atravessamos uma parte do Tiergarten e finalmente chegamos ao hotel. Um dia longo com mais de 10 km percorridos, mas que valeram demais.




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