Ontem, enquanto eu estava deitada na cama tentando dormir, comecei a pensar em toda a trajetória da minha vida...os vários caminhos que segui ...as etapas que superei ... e aí parei para pensar: Como a vida dá voltas...
Quando eu era criança, não sabia ao certo o que queria ser quando crescer. Nunca parei para pensar qual seria a minha profissão. Cada um que me perguntava eu falava uma profissão diferente.
Fui crescendo e me apaixonei pelas maravilhas do computador. Era algo fascinante !! Sem nunca ter tocado em um computador, sozinha montei o meu primeiro IBM Aptiva 486. Fiz vários cursos : DOS, Windows, Word, Excel e resolvi ir mais além .... Access, D-base, B-base programado ... e descobri enfim que esta não era a minha vocação. Odiei ter que programar e dos cursos mais avançados não consegui absorver quase nada.
Enquanto descobria o que era a informática e toda a programação que tem por trás dela, resolvi com a minha mãe que era hora de trocar de colégio. Queria algum colégio que me preparasse para o vestibular. Feita a minha vontade ... sem reclamar, morri para a vida. Sim ... foram 3 anos em que abdiquei de tudo e de todos ...
Como telecomunicações estava na moda, escolhi seguir esta profissão, porém ... na faculdade em que fui aprovada, só tive como opção Engenharia Elétrica com ênfase em Telecomunicações. Comecei o curso ... enfrentei 2 anos de curso básico e confesso que ao invés de me interessar pelas matérias propriamente ditas, me apaixonei pelas"iniciações científicas". Participei durante 1 ano da equipe do Mini-Baja.
"O projeto Baja SAE BRASIL-PETROBRAS é uma competição entre Instituições de Ensino Superior que desafia estudantes de engenharia a projetar e construir veículos off-road, visando a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos em sala de aula. O veículo desenvolvido deve ser atrativo ao mercado consumidor pelo seu visual, desempenho, confiabilidade e facilidade de operação e manutenção. Os veículos utilizados no Baja SAE são muitas vezes semelhantes à buggies que andam em dunas.
Durante a competição as equipes serão submetidas a provas que visam a avaliação de projeto (cálculos, análises, resultados de testes, considerações de custos, etc) e avaliações de desempenho (aceleração, velocidade máxima, tração e suspensão, e enduro de resistência)."
Durante este tempo, comecei a conhecer novos projetos e mais uma vez troquei as minhas escolhas e fui parar no projeto de aerodesign.
"O Aerodesign é uma competição entre equipes de estudantes de engenharia, física e ciências aeronáuticas, organizada pela SAE (Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade), representada pela SAE Brasil.
Nela "cada equipe concorrente deve projetar, documentar, construir e voar um avião rádio controlado para elevar a maior carga útil possível (barras de chumbo), segundo normas específicas, pré estabelecidas para cada categoria."
Passei 3 anos nesta equipe e me apaixonei por tudo que pude viver e aprender nestes anos. Foram dias duros em que me vi totalmente compromissada entre uma faculdade de engenharia onde eu precisava manter as notas para dar continuidade a minha bolsa de estudos, uma faculdade de música em que o piano me exigia cada vez mais e a realização de participar de uma competição nacional onde eu podia ver o fruto de vários meses de trabalho árduo ganhar os céus.
Porém, mais uma vez ... a minha vida mudou de rumo. O ProUni entrou em ação e perdi meus 80% de bolsa e sem condições de bancar uma PUC-Rio, troquei de faculdade. E lá se foram os meus sonhos de continuar a construir meu avião e quem sabe um dia trabalhar na Embraer. Sim ... eu cheguei a cogitar seriamente esta hipótese.
Resolvi então que era hora de trabalhar ou estagiar e a faculdade seria parte da minha vida noturna. Meu primeiro estágio foi na Eletrobrás. Lá conheci pessoas mais que especiais na minha vida. Pessoas que se tornaram meus amigos até hoje e que me fizeram aprender muitas coisas. Claro que nem tudo são flores e por várias vezes, me chateei com alguns funcionários por eles não respeitarem a minha nova faculdade,por me dispensarem de alguns trabalhos por acharem que eu não era capaz e por acharem que os outros estagiários da UERJ ou da UFRJ eram melhores do que eu. Enfim ... o que me importava mesmo eram os meus amigos e o tempo que eu teria para curtir aquilo tudo.
Dois anos se passaram e eu tive que sair ... empresa pública ... contrato com data e hora para terminar...
Saí da Eletrobrás, querendo muito voltar !!! Logo após a minha saída, foi divulgado um edital para a empresa e mesmo sendo para o setor administrativo, algo que fugia completamente a minha alçada, resolvi tentar a sorte.
Enquanto isto, fui trabalhar na Intelig Telecomunicações. No ínicio foi tudo tão difícil ... Ninguém queria ensinar nada. Fui parar no setor de vendas carrier (grande empresas) e palavras como budget e pro-rata eram verdadeiros palavrões e não tinha um funcionário que quisesse me explicar o que era todo aquele novo mundo. Batalhei sozinha ... aprendi ... e comecei a acumular funções. Trabalhava das 9 hs até o horário que "Deus quisesse" ...
Passei a não mais almejar uma vaga na Eletrobrás e sim a um alto cargo executivo.
Ao lado da minha área, tinha uma diretora que apesar da voz insuportável, me fazia querer ser igual a ela. Queria andar de terninho, usar saltos altos, estar sempre bem maquiada, arrumada e viajando para baixo e para cima como qualquer boa executiva.
Minha área na Intelig cresceu, passei a ajudar a coordenar as vendas carrier e as operações com o governo. Participava de licitações milionárias, ganhava vários pregões e isto liberava uma adrenalina enorme no meu corpo.
Sim ... eu queria aquilo para a minha vida agora ... estas emoções me faziam vibrar ...
Terminei as duas faculdades, casei e ... MUDEI DE ESTADO !!!!
A crise mundial chegou, a Oi comprou a Brasil Telecom, a Tim comprou a Intelig e eu fiquei sem emprego.
Agora, passo os meus dias vendo as voltas que a vida me deu ... foram várias ... e este foi um pequeno resumo.
Adoro fazer várias coisas e ultimamente tenho voltado minha atenção para a confeitaria e para a arte da culinária. Não para seguir carreira, apenas para me divertir em casa e com os amigos. Porém, ainda não encontrei o que realmente quero fazer nesta nem tão nova etapa da minha vida (pelo menos enquanto não passo em um concurso público). Aqui em Brasília, as coisas são mais complicadas e fazer amizades é bem difícil, então ainda me encontro meio perdida.
E com isto eu volto a pergunta que comecei o post:
"Qual será o próximo caminho a seguir" ??
ou melhor ...
Qual será o próximo sonho a ser desejado, almejado ou alcançado ???
Alguém se halita a me dar idéias, dicas, sugestões ou quem sabe algum convite ??? rs....
Beijinhos e até amanhã !!!! Os livros me esperam neste momento ...