segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Em direção a Rota Romântica da Alemanha



A rota romântica da Alemanha (ou romantisch estrasse) , considerada a mais antiga, foi fundada em 1950 como um projeto turístico, indo de Würzburg a Füssen, percorrendo ao todo 460 km e 29 cidades encantadoras e paisagens de tirar o fôlego (pelo menos o meu).



* Curiosidade: muitos poetas românticos alemães dos séculos XVIII e XIX encontraram nas cidadezinhas da “rota” sua inspiração. Além deles, podemos citar Walt Disney, que se inspirou no Castelo de Neuschwanstein  nos arredores de Füssen, para a criação do Castelo da Cinderela e a e a cidade Rothenburg, que o inspirou na criação de Pinóquio.

O sentido da rota mais indicado (em todos os blogs que procurei), seria começar a rota pela cidade de Würzburg (para quem chega a Alemanha por Frankfurt) e descer até Füssen. Porém estávamos vindo de Berlim, Dresden, Leipzig, chegamos em Munique e nosso voo de volta partiria de Frankfurt, ou seja, totalmente ao contrário das indicações. Então nossa rota foi totalmente ao contrário. Não vi problema algum nisto, fizemos todas as cidade que tínhamos em mente, admirei paisagens deslumbrantes... então, creio que não faça muito diferença (no meu entendimento de leiga).

Outro informação importante que peguei foram a quantidade ideal de dias para percorrer a rota: de 4 a 5 dias. Em algumas cidades vocês conseguem passar 2 a 3 horas apenas por ter um centrinho turístico bem simples, em outras cidades “perde-se” um tempo maior. Nós fizemos a rota em 7 dias pq no nosso roteiro fizemos um desvio no meio do caminho para conhecermos Liechtenstein, mas confesso que 7 dias foram pouco... foi um amor tão arrebatador por esta região, que a vida inteira seria pouco para eu curtir cada cantinho que deixei para trás.

Nós alugamos carro para fazer este percurso. Pegamos em Munique e devolvemos em Frankfurt. Não há com o que se preocupar em relação a pedágios, pois eles não existem nesta rota e as estradas são simplesmente perfeitas. Porém é preciso ter cuidado com o gps. Ele vai guiar você pelas autoestradas e com isto você vai perder as melhores paisagens. Então você tem duas opções: ou programa o gps para evitar as autoestradas ou vai digitando cidadezinha por cidadezinha, forçando o gps a levar vc pelas estradas que fazem parte da romantisch estrasse. Outra forma de se seguir a estrada é seguindo as placas marrons pelo caminho (esta foi uma dica que peguei em vários sites e blogs da internet, porém confesso que não achei estas placas por todos os caminhos pelos quais passei).


Caso alugar carro não seja uma opção, é possível fazer o percurso de trem e de ônibus.

Para uma viagem de ônibus, pesquise pelo Romantic Road Coach. Ele funciona num esquema bem legal: você pode saltar do ônibus em determinados lugares e voltar para o ônibus a hora que desejar. Toda manhã partem dois ônibus: um de Frankfurt em direção a Munique e outro na direção inversa. Ambos passam por várias cidades e se quiser, você pode descer e passear à vontade. Pode até passar uns dias na cidade – e depois subir no ônibus novamente, na direção que desejar. A empresa opera de abril a outubro. A passagem vale por 6 meses.


Para uma viagem de trem, pesquise pelo Bayern Ticket. O trem é lento e, para percorrer a Rota Romântica, pode ser necessário baldeações e combinação com viagens de ônibus locais.

Apesar da Rota Romântica ter 29 cidades, não passamos por todas por uma questão de tempo, então citarei neste roteiro as cidades pelas quais passamos (escolhidas por nós antes de embarcamos) e o que fizemos em cada uma.

OBS: No post de hoje citarei as cidades que passamos no caminho para Füssen. Reparem que estas cidades não fazem parte da Rota Romântica que começará somente em Füssen.

Saímos de Munique por volta das 10h da manhã e pegamos estrada rumo a Garmish – Partenkirchen, o que seria a nossa primeira parada.

Pelo caminho, paisagens de tirar nosso fôlego. Montanhas nevadas, céu azul, vaquinhas nos campos... um cenário de conto de fadas.








Ao invés de Garmish ser nossa primeira parada, acabamos parando o carro assim que nos deparamos com o lago Kochel. Ele não estava nas nossas previsões de passeios, mas quando vi aquela água incrivelmente transparente, contrastando com aquelas montanhas ainda cobertas de neve e o céu brilhantemente azul, não tivemos como ignorar o cenário e estacionamos o carro para algumas fotos. Para quem quiser dar uma paradinha, o local possui estacionamento de carros e várias famílias faziam pic nic nas margens do lago.







Seguindo um pouco mais a frente, chegamos ao lago Walchensee. Outro lago divino e muito mais movimentado. Com áreas que lembram praias, muitas pessoas curtiam o dia na beirada. Além disto, o local oferece atividades de pesca, natação, windsurfe, caiaque, entre outras. Enquanto rodávamos pelo lago, descobrimos que no local existe um teleférico chamado Herzogstandbahn, que liga a ponta norte da vila de Walchensee ao topo do Herzogstand, oferecendo lindas vistas da paisagem e arredores. No verão é um mirante perfeito e no inverno tem pistas de esqui. Queria muito ter pego o teleférico, mas o local estava impraticavelmente cheio e não tinha local nem para dar uma encostadinha com o carro.








Seguindo nosso caminho, alguns minutos depois chegamos a Garmish – Partenkirchen que são consideradas duas cidades gêmeas e ficam às margens do riacho Patnacher. As duas cidades são polos de esportes de inverno por conta do monte Zugspitze, o ponto mais alto da Alemanha com 2962 metros de altura e por conta disto, mesmo no verão é possível brincar na neve, construir bonecos de gelo e fazer esqui bunda. Nós não planejávamos subir até o topo. Fomos para a Alemanha na primavera, não estava tanto calor e pelo que li em diversos relatos, a diferença de temperatura entre a base (na cidade) e o topo, são de pelo menos 20 graus (isto sem contar com o vento forte que li ser frequente, então a sensação térmica deve ser bem menor). Como no dia que fomos conhecer as cidades a temperatura local estava em 26 graus, preferi não nos arriscar e congelar lá em cima (e não tínhamos levado roupa para tal passeio. Como o único lugar que poderíamos ver neve era ali, achei besteira carregar casacos, roupa térmica e impermeável para usar só por algumas horas). Porém, para os mais corajosos, indico bastante esta subida. Pelas fotos que vi, o lugar é incrível.












Nós apenas rodamos as cidades que assim como o lago Walchensee estava lotada de pessoas. Como tínhamos deixado para almoçar por ali, foi bem complicado encontrar um cantinho para comer e acabamos optando pelo famoso fast food.

Após algumas horas, seguimos para nossa parada final: Oberammergau, também conhecida como a cidade dos entalhes de madeira.

Oberammergau fica localizada na Rota dos Alpes e possui cerca de 5400 habitantes. A grande beleza da cidade está nos afrescos das fachadas de suas casas. Todos sempre com temas religiosos, muitos representando cenas da Paixão de Cristo, outros representando tarefas e cenas do dia a dia da cidade antigamente.

Outro ponto forte da cidade são as esculturas talhadas em madeira. É cada obra de arte que ninguém diz que foi feita em madeira.

OBS: que levou a cidade a ser uma das mais visitadas da Rota dos Alpes, é a apresentação da Paixão de Cristo encenada pelos habitantes da cidade a cada 10 anos. Esta tradição começou em 1633 !! A próxima apresentação da Paixão de Cristo vai ser em 2020 e já há ingressos a venda, pois tem que comprar mesmo com muita antecedência.

Para quem se interessar em fazer a Rota dos Alpes, Oberammergau é um bom ponto de hospedagem, visto que fica pertinho de duas das atrações imperdíveis desta Rota:  a Abadia de Ettal e o Castelo Linderhof, único castelo que o famoso Rei Luís Ludwig II conseguiu construir por completo antes da sua morte em 1886.

















Pilatushouse - um dos pontos turísticos da cidade.




Entendem pq no início do post eu comentei sobre passar a vida inteira neste lugar??? São inúmeras rotas e lugares mágicos para se conhecer. E infelizmente não pernoitamos na cidade. A escolha foi difícil e acabei por ser convencida a focar na Rota Romântica e seguir caminho.

Como o final do dia já se aproximava, depois de algumas horinhas rodando a cidade, pegamos o carro e seguimos para Füssen, onde então dormiríamos. 

E a emoção de ver o Castelo que fez parte meus sonhos por anos da beira da estrada foi algo indescritível. 




* Roteiro feito de carro no primeiro dia.



Chegamos em Füssen, passamos em um mercado para comprar algumas coisas e nos dirigimos para o hotel que não ficava exatamente na parte mais turística, mas sim há uns 7 km de distância (cerca de 6 min de carro). A nossa ideia era ficar no centro turístico para rodar com tranquilidade, mas os preços de hotéis estavam impraticáveis então optamos nos afastar um pouco mais e querem a minha opinião sobre esta decisão??? A melhor possível!!! Nos hospedamos no Lago Hopfensee, em um hotel/restaurante que mais parecia mais um flat. Quarto enorme com sala, banheiro, cozinha e uma varanda com vista de tirar o fôlego. Quando cheguei na varanda, minha ideia foi só de tomar um banho e descer para curtir o pôr do sol aos pés de um lago lindo e das montanhas nevadas ao fundo. O hotel que ficamos se chamava San Marco (Uferstraße 13, 87629 Füssen). E indico demais !







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