segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Ouro Preto

Mantendo nossa base em Belo Horizonte, fomos conhecer Ouro Preto. Passamos somente o dia por lá e acho que foi a decisão mais acertada. Carregar biscoitinha ladeira abaixo e acima não foi brincadeira. E carrinho naquelas magníficas ladeiras de paralelepípedos ... não rola.


Saímos cedinho de Belo Horizonte e mais ou menos 1 hora e 20 minutos depois, chegamos a Ouro Preto.

Apesar da estrada estar em boas condições, confesso que fiquei bem temerosa. São curvas muito acentuadas e os carros imprudentes demais. Então, quando for, atenção redobrada, principalmente se vc voltar para BH a noite como nós.

Assim que chegamos, antes mesmo de estacionarmos o carro, quando fomos pedir informação sobre estacionamento, já fomos abordados por guias de turismo locais. Após parar o carro, nos dirigimos a Praça Tiradentes e então acabamos fechando com um guia. Não era nossa ideia ter alguém nos acompanhando, mas como o preço dele incluía a visita a uma mina de ouro desativada, meus olhinhos brilharam e decidimos fechar.

A primeira parada, foi na Igreja de São Francisco de Assis. Construída entre 1766 e 1810, esta é uma das  principais Igrejas de Ouro Preto. Com arquitetura barroca, foi projetada e "decorada" por Aleijadinho. Infelizmente é proibido tirar fotos dentro da Igreja e apesar do ingresso caro ( 10 reais), a visita vale a pena. Os altares foram magnificamente talhados por Aleijadinho e revestidos em Ouro. O teto a Igreja é simplesmente belíssimo e considerado uma das obras mais grandiosas do pintor mestre Ataíde. A obra pintada em perspectiva, demorou cerca de 10 anos para ficar pronta. O ingresso dá direito a visitar a Igreja com sua capela mor e a sacristia que abriga algumas obras de Aleijadinho que foram trazidas do seu Museu que no momento se encontra fechado para reforma.


Créditos : wikipedia

Da Igreja de São Francisco de Assis, é possível ver o Pico do Itacolomi ao fundo, porém como de manhã cedo, a neblina e o frio estavam bem fortes, só pudemos visualizá-lo mais tarde.

Nossa segunda parada foi na Mina de Ouro.

Quando o ouro da região começou a se extinguir dos rios, os exploradores passaram a cavar as montanhas da região em busca do metal precioso. Nos arredores de Ouro Preto há centenas de minas catalogadas onde algumas são abertas a visitação. Nós fomos na Mina Jeje. Construída no século XVIII, esta mina foi inteiramente cavada por escravos adultos e crianças.



Entramos na mina com capacete e com um guia do próprio local. Quem tem claustrofobia, nem pense em entrar. Caminhamos cerca de 100m e alguns trechos são bem baixos e apertadinhos. Eu amei a visita. O rapaz foi contando a história da mina, o processo da extração do ouro, a tortura com escravos, as marcações nas paredes das ferramentas utilizadas... Muito bacana mesmo.





Ouro Preto

Depois da visita a mina de ouro, voltamos para o centro da cidade, para conhecermos a Igreja Matriz Nossa Senhora do Pilar. Não tem nem o que dizer. É belíssima ! A capela mor é decorada com mais de 400 anjos perfeitamente talhados em diversos tamanhos. Considerada a segunda igreja mais rica do Brasil (a 1ª é a Igreja de São Francisco no Pelourinho-Salvador), foram usados mais de 400 kg de ouro para revestir seus altares e 400 kg de prata usados para a confecção de lustres e objetos sacros. Mais uma vez, não pudemos tirar fotos. É proibido.


Créditos : Wikipédia

 Créditos : Wikipédia

Para terminar o tour da manhã, o guia nos levou a um mirante. OK, não era um mirante propriamente dito, mas do local, conseguimos ter uma vista privilegiada da cidade e pudemos então ver o Pico do Itacolomi que mais parece um dedinho (rs.....). E aqui terminou a participação do guia. Estávamos por conta própria e resolvemos dar uma paradinha para almoçar antes de continuarmos a caminhada.



De volta a Praça Tiradentes e agora com um tempo mais bonito. Era hora de tirar fotos na praça (local onde a cabeça de Tiradentes foi exposta) e visitar o Museu da Inconfidência.


Local onde a cabeça de Tiradentes ficou exposta

 O atual museu da Inconfidência fica em um prédio construído em1780 a mando do Governador da época e sua função inicial era de servir como a Casa da Câmara e logo depois a Cadeia local. O prédio foi construído totalmente por escravos e demorou 70 anos para ficar pronto. Em 1939 Getúlio Vargas decidiu transformar a antiga câmara municipal em monumento dedicado à preservação da memória da Inconfidência Mineira, tendo esta função até hoje.

O Museu da Inconfidência possui um acervo de mais de 4000 peças que contam a história de Ouro Preto nos séculos XVIII e XIX. Com textos autoexplicativos e alguns recursos multimídias, é possível verificar objetos de caráter religioso e profano, objetos de uso pessoal como vestimentas, armas, mobiliários e obras de grandes artistas do barroco mineiro dentre eles Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho), Francisco Vieira Servas, Francisco Xavier de Brito, o Mestre Ataíde. A mando de Getúlio Vargas, em 1939, foram resgatados os restos mortais dos heróis da Inconfidência Mineira e que foram sepultados na África. Foi criado então, dentro do Museu, um Panteão em homenagem a estes heróis.

Infelizmente eu não consegui visitar o Museu como eu queria. Biscoitinha não estava afim de museus e só me restou ficar sentada com ela em uma das salas, brincando de "dedo mindinho, seu vizinho, pai de todos, fura bola.... cadê o docinho que estava aqui ???? "

Também não é possível tirar fotos dentro do Museu.

Quando marido terminou a visita, tivemos que escolher entre o Museu de Minas e a Casa dos Contos.  Por conta do adiantado da hora, não daria tempo de visitarmos os dois. Como sou uma boa esposa, abri mão do meu fascínio por pedras e deixei o marido se deliciar com as moedas (seu maior fascínio). Este foi um outro passeio que não aproveitei. Biscoitinha já estava exausta, não tinha tirado nenhuma sonequinha durante o dia inteiro e a vontade de ver museu não estava na lista de prioridades dela.

No caminho para a Casa dos Contos, demos uma parada estratégica na Igreja de Nossa Senhora do Carmo. Construída entre 1766 e 1772, o interior da igreja possui dois altares feitos por Aleijadinho e pinturas do mestre Ataíde. Na igreja é possível ver os painéis de azulejos portugueses da capela-mor, os únicos exemplares de Minas Gerais. (proibido tirar fotos no interior da Igreja)




 
Acabei entrando no Museu para trocar a fralda da pequena e olhamos apenas algumas salas, enquanto marido se perdia na história das moedas.

A Casa dos Contos está instalada em um casarão de 1782 e sua função inicial era ser a residência do contador João Rodrigues, depois virou local para escritório de assinatura de contratos e local de pesagem e arrecadação de 1/5 do outro encontrado nas minhas da região. Algumas reuniões dos inconfidentes foram realizadas nesta casa. A partir de 1820 a casa abrigou a Secretaria da Fazenda, os Correios e a Caixa Econômica até ser transformada em museu.

O local apresenta um vasto acervo histórico com uma completa coleção de notas de moedas e uma biblioteca com exemplares originais de obras como “Os Lusíadas”, “Don Quixote” e ” Cartas Chilenas”.




No subsolo  há uma Senzala com objetos punitivos e usados pelos escravos como o ferro usado para marcar os escravos que fugiam que gerou a expressão "vou ferrar você" ou/e "você vai se ferrar". O museu casa dos contos é o único museu cuja entrada é gratuita e permite fotos.

 

Vista do terceiro andar da Casa dos Contos

 No largo em frente a casa dos contos encontramos o Chafariz dos contos. Construída com pedras, possui a inscrição em latim "Is quae potatum cole gens pleno ore Senatum, securi ut sitis nam jacit ille sitis" que significa: "Povo que vais beber, louva de boca cheia o Senado, porque tens sede e ele faz cessar a sede" .


Depois desta visita, nos dirigimos (já exaustos e sem forças para subir mais ladeiras), a feirinha de artesanato que fica em frente a Igreja de São Francisco de Assis. A feirinha é repleta de artesanato feito de pedra sabão. Entre uma barraquinha e outra, sempre tem um artesão esculpindo as suas obras. Compramos várias peças por um preço bem bacana. Super indico a visita.





Pedra Sabão. A parti deste estado bruto, se fazem as peças expostas na feira.
 
Já passavam das 18 horas, quando enfim nos dirigimos ao carro rumo a Belo Horizonte.


Outros passeios que não fizemos:

-> Museu de Minas - Construído entre 1741 e 1748 para abrigar o Palácio dos Governadores, com a mudança da capital para BH, o então Imperador Dom Pedro II, fundou a Escola de Minas. O acervo do museu esta dividido em sete setores: Mineralogia, Metalurgia, Desenho, História Natural, Eletrotécnica, Topografia e Astronomia. Entre as riquezas do Museu de Ciência e Tecnologia, estão mais de 5.000 espécies catalogadas, no setor de história natural, e telescópios de 1718, no setor de Astronomia e uma vasta coleção de amostras mineralógicas como diamante, urânio, quartzito flexível (pedra mole), quartzo com inclusões aquosas, estalactites, belas coleções de topázio imperial, de quartzo, de ágatas, opalas e tantos outros minerais raros. Fiquei na vontade de ir... mas ficou para uma próxima visita, quando a biscoitinha estiver maior. (rs.....).

-> Igreja Matriz N. Sra. da Conceição - Igreja onde Aleijadinho e seu pai estão enterrados. (só tirei fotos por fora)



-> Igreja  N. Sra. do Rosário - única igreja com fachada circular. (só tirei fotos por fora)



-> Passeio de trem entre Ouro Preto e Mariana- R$ 50,00 por pessoa.

A infra estrutura para crianças pequenas é zero. Como nós não estávamos hospedados na cidade, não encontramos fraldários em nenhum dos locais que visitamos e muito menos no restaurante que almoçamos. Troquei a fralda da pequena, com ela em pé no banheiro da Casa dos Contos.
Andar com carrinho de bebê é missão impossível. As calçadas são antigas,pequenas e muito desgastadas pelo seu antigo calçamento. São muitos buracos. Passar pela rua, é enfrentar os paralelepípedos. O jeito é forçar os pequenos a andarem e dar um super colo volta e meia.

É isto ! Espero que tenham gostado do meu relato !



Preços dos Ingressos:

* Igreja de São Francisco de Assis - 10 reais por pessoa
* Mina de Ouro - 15 reais por pessoa.
* Igreja Matriz Nossa Senhora do Pilar. - 10 reais por pessoa
* Museu da Inconfidência - 10 reais por pessoa.
* Igreja de Nossa Senhora do Carmo - 2 reais por pessoa


Créditos:

http://www.ouropreto.org.br/descubra/Arquitetura
http://www.museu.em.ufop.br/museu/
Wikipédia


2 comentários:

Marta disse...

Tetê.. já fui a Ouro Preto, mas no carnaval.. quando solteira! Realmente para crianças as ladeiras e pedras acabam com a gente! Deve ser ate complicado um carrinho lá!
Mas a cidade é linda e que bom que aproveitaram!
Beijos

Suzana Lira disse...

Nossa Maitê fazzz muito tempo que não passeio nos blogues, e nem atualizo o meu srsrsrs o céus acho que ninguém mais lembra de mim kkkk
Mas o que quero dizer é que a Giulia está cada dia mais lindddaaa...