domingo, 24 de maio de 2009

Córdoba - Argentina

Meninas,

Como foram de final de semana ???? O meu foi tranquilinho como sempre (rs....)

Hoje eu estava lendo o Jornal O Globo e vi esta reportagem que fala sobre Córdoba... como esta é uma das cidades da Argentina que eu pretendo conhecer, achei interessante publicar e dividir com vocês este "banho" de cultura e história :)

Ótima semana para TODAS !!!!!!!!!!!!!



BUENOS AIRES - A 715 quilômetros a noroeste de Buenos Aires, ou melhor, a uma noite bem dormida de ônibus para quem quiser economizar, a cidade de Córdoba, segunda maior do país, lembra a capital argentina e outras cidades hispânicas em seu traçado simétrico, de quarteirões bem definidos, com 100 números cada, principalmente no centro. Mas chama ainda mais a atenção por guardar as marcas da colonização espanhola não só no seu urbanismo, mas também no nome - Córdoba é xará de Córdoba, cidade da Andaluzia, na Espanha- e na arquitetura. Igrejas, centros culturais e educacionais e estâncias, dentro e fora da cidade, remontam à época das missões jesuítas no continente, e formam um circuito histórico tombado pela Unesco em 2000. Convivendo em harmonia com tanta história, bares, boates e restaurantes atendem às necessidades dos jovens que povoam a cidade, universitária por excelência. Para os mais revolucionários, a casa onde Che Guevara morou pode servir como marco, enquanto a visão das serras centrais, como um convite à contemplação.

O que há de melhor no centro histórico de Córdoba

Para quem vem das avenidas largas e das ruas de intenso comércio de Buenos Aires, a cidade de Córdoba pode parecer bastante simples. Mas o que a princípio é uma quebrada de ritmo, torna-se uma eficaz forma de apreciar a viagem no tempo que o centro histórico da cidade de cerca de 1,3 milhão de habitantes oferece. Concentrado em poucos quarteirões perto da Praça San Martin, o conjunto inclui edificações religiosas, culturais e educacionais de mais de 400 anos, muitas realizadas pelos jesuítas. Esses missionários chegaram à região em 1599, e a converteram no centro de sua tarefa evangelizadora e pedagógica. Foram expulsos em 1767, por ordem do rei Carlos III, e suas obras foram mantidas pelos franciscanos.

Um dos prédios históricos mais notáveis é a Igreja Catedral, de frente para a praça. Iniciada por volta de 1580, ela só foi concluída dois séculos depois, o que lhe conferiu uma peculiar mistura de estilos: há elementos de origem renascentista, outros de barroco colonial espanhol e traços do neoclassicismo.

Ao lado fica o prédio do antigo cabildo da cidade - edificação para fins administrativos comum em colônias hispânicas. Construído no século XVII, ele foi também prisão e delegacia, e hoje abriga o centro de informações turísticas e um museu. Neste, ainda há celas preservadas, vestuário e objetos cotidianos da história de Córdoba, e um modelo dos contratos assinados pelas professoras antigamente, que incluía, entre outras cláusulas, a proibição de casar, de usar maquiagem e de sair de casa à noite.

Perto dali, fica a Manzana Jesuítica (quarteirão jesuíta), de ruas fechadas ao trânsito, que concentra três edificações tombadas pela Unesco em 2000. A visita guiada por duas delas é das mais caras entre os roteiros turísticos, mas dura uma hora e vale por uma aula de História. O início é na Igreja da Companhia de Jesus, um imponente prédio de 1671 de decoração em estilo barroco mestiço e neoclássico. Em seguida, visita-se o museu da Universidade Nacional de Córdoba, cujo pátio central abrigou o primeiro jardim botânico da cidade, e cujas bibliotecas ainda têm livros jesuítas raros, como uma Bíblia de 1645, e incunábulos - livros dos tempos da primeira imprensa. A visita termina na sala de doutoramento da universidade, ricamente decorada com peças em roco$ó folheadas a ouro, e que originalmente era uma das capelas da igreja, só para espanhóis e jesuítas.

O terceiro prédio é o Colégio Monserrat, de 1782, que ainda possui interior original e instrumentos científicos do século XIX. Já a fachada foi renovada em 1927, e ganhou uma torre com relógio. À noite, o conjunto se destaca graças a um interessante projeto de iluminação implantado pelo governo em 2008.

Ainda no centro histórico, porém um pouco mais longe, a Cripta Jesuítica del Antíguo Noviciado é acessível por escadas que lembram um entrada de metrô, e atravessa subterraneamente a Avenida Colón, uma das mais movimentadas do centro. Construída no início do século XVIII como lugar de oração, ela só foi descoberta em 1829, durante obras de alargamento da via. O espaço serviu ainda como crematório.

Fora do circuito histórico, mas logo ali pertinho, no bairro de Nova Córdoba, de prédios mais modernos e muitos bares, outras três atrações, estas do século XX, merecem atenção. São elas: o Museu Superior de Bellas Artes Evita, a Paroquia Sagrado Corazón de Jesús de los Capuchinos e o Paseo del Buen Pastor.

O primeiro funciona dentro do Palácio Ferreyra, uma imponente construção de 1916 com arquitetura similar à de palácios franceses dos séculos XVII e XVIII. Dentro está uma vasta coleção de quadros que ilustra a evolução da pintura cordobesa, em parte produzida por artistas locais formados na Europa entre os anos 20 e 40. No terceiro andar, a exposição "Manos anônimas", do cordobês Carlos Alonso, contém fortes desenhos que remetem à época da ditadura argentina, entre 1976 e 1983, uma das mais cruéis da América Latina.



Perto dali, a Paroquia engana pela arquitetura neogótica. Ela foi construída, na verdade, nos anos 30. As torres assimétricas que exibe - uma mais alta, finalizada em ponta, e outra mais baixa, retangular - simbolizam a perfeição divina e a imperfeição humana.

Construído em 1901 como um combinado de capela, monastério e presídio feminino, o Paseo Buen Pastor foi reinaugurado em 2007, como um centro cultural. Hoje tem restaurantes e galerias com exposições de arte contemporânea e dispõe ainda de um agradável pátio com gramado, sempre procurado pelos jovens para curtir o fim de tarde. O pôr do sol vem acompanhado do espetáculo de águas dançantes: são 25 minutos de efeitos sincronizados entre água, iluminação e música. De frente para a Paroquia, a estrutura é a que melhor simboliza a combinação de História e futuro na cidade.

Passeio pelos arredores de Córdoba


Para completar o passeio histórico iniciado no centro de Córdoba, é preciso afastar-se pelo menos 36 km (cerca de 1h30m em ônibus intermunicipal - eles trafegam vagarosamente) e visitar a cidade de Alta Gracia, onde está uma das quatro estâncias jesuítas preservadas na província. Juntas, elas compõem mais um circuito tombado pela Unesco, também em 2000.

A estância de Alta Gracia foi construída em 1643 e tem como atrativo, além da estrutura bem preservada, a facilidade de acesso: a residência fica de frente para a praça central da cidade. O passeio guiado por lá dura uma hora e meia e percorre os cômodos da casa, alguns com mobília do início do século XX, de seu último dono, o vice-rei Liniers; as acomodações dos escravos; a herrería - onde os jesuítas ensinavam o ofício de ferreiro aos locais - e o banheiro, digno de destaque.

A instalação foi reconstruída à exemplo da original, com cabines de assentos de madeira com um buraco no meio, alojados sobre um vão da profundidade de um poço artesiano. Ao fundo, corria água à época. Da lateral da casa, é possível ver o Tamajar, um dique construído pelos jesuítas que forma um belo lago artificial.

Para os que acreditam já terem ouvido falar da cidade por alguma outra razão que não a estância, a resposta está na Casa Museu Ernesto "Che" Guevara. O lar onde o líder revolucionário viveu parte da infância e da adolescência é um ponto turístico muito visitado, e além de possuir mobiliário da época, conserva fotos, boletins de colégio e miudezas como as bombas de ar usadas por ele durante as crises de asma. Quem tiver tempo, pode ainda conferir, numa sala de projeção nas dependências, vídeos sobre a vida do ilustre argentino.

Finda a visita às edificações, não se pode esquecer que a região da Translasierra, onde elas se encontram, é um dos patrimônios (naturais) da província. Uma das formas mais fáceis de apreciá-lo é seguir de carro ou ônibus até Mina Clavero, a 170 quilômetros a sudoeste de Córdoba, pelo Caminho das Altas Cumbres, curtindo a paisagem de morros e vales a perder de vista.

Na cidade, que é um gracioso balneário para os locais, os rios Mina Clavero e de los Sauces são sinônimos de diversão. Cortando parte da cidade, eles compõem paisagens diversas, que vão de quedas d'água entre pequenos cânions a verdadeiras lagoas, onde há praias formadas por faixas de areia grossa. Destemidos, os cordobeses mais jovens ensinam como acrescentar adrenalina ao passeio, jogando-se de algumas das pedras que delimitam o percurso das águas.

Para curtir a noite, há opções gastronômicas variadas, mas é importante prestar atenção ao relógio: como uma boa cidade hispânica, o comércio local fecha às 16h para a siesta e só reabre às 20h. Mesmo!

As festas em Córdoba começam bem tarde e terminam quando sol já nasceu



Para distrair os cerca de 100 mil jovens universitários que vêm aproveitar o ensino das renomadas universidades cordobesas, a vida noturna da cidade é uma das mais atraentes do país. Os bares funcionam como um aquecimento para as boates (chamadas pelos hermanos de "boliches"), cujas festas começam bem tarde e terminam, invariavelmente, quando o sol já nasceu.

Nova Córdoba concentra grande parte das opções para quem deseja curtir a noite. Habitado majoritariamente por estudantes, o bairro teve um grande crescimento nos últimos anos, e o número de prédios erguidos é proporcional à agitação do lugar.

Nos arredores da Plazoleta Vélez Sarsfield, onde o Centro começa a dar lugar ao bairro universitário, os adolescentes se agrupam em frente ao Pátio Olmos, um shopping com cara de casarão neoclássico. Atravessando a pista, quem já tem idade para beber lota os $da Avenida Hipólito Yrigoyen que, colados um ao outro, e tocando músicas diferentes, são uma prova de fogo para ouvidos exigentes.

Seguindo pela via, chega-se ao coração de Nova Córdoba. Ali, nos quarteirões ao redor das ruas Belgrano, Laprida e Achaval Rodríguez, um circuito tem opções como a Casa Tomada. Para chegar ao bar, no meio de um quarteirão, é preciso enfrentar uma série de labirintos e corredores, onde há lojas moderninhas de roupa e design. Também perto, o Los Infernales de Güemes é quase um barzinho carioca: petiscos e pizzas saborosos, cerveja gelada e música típica ambiente (no caso deles não é o samba, mas o cuarteto).

Mesmo o tango, até bem pouco tempo tido como ultrapassado pelos jovens argentinos, vem ganhando adeptos, tirando das milongas a má reputação de atração exclusiva para turistas. Uma das mais ativas, a Tsunami Tango, reúne tanto os experts na coreografia dramática quanto os iniciantes. Estes têm à disposição professores que, antes de abrir as portas, ensinam os passos básicos da dança. É a garantia de, pelo menos, não passar vergonha. Quem busca outros ritmos deve seguir em direção à Avenida Independencia, onde estão as principais boates.

Córdoba tem seu pub irlandês. Mas o Peñon del Águila não é um pub qualquer: é uma das mais pitorescas boates da cidade. A iluminação verde e as tulipas de Guinness que desfilam pelo salão contrastam com a música. Ritmos latinos como reggaeton, cumbia e salsa são os principais hits da noite, que guarda ainda para o final exemplares da clássica música folclórica cordobesa, cantada a plenos pulmões pelos animados locais.

Cortando a cidade e abrindo espaço para a correnteza do rio Suquía, a Cañada é, além de ponto de referência, um dos maiores charmes de Córdoba. À noite, quem quer um programa alternativo a bares e boates encontra o lugar ideal na estrutura de pedras pontuada por lindas luminárias. É um tal de gente sentada à beira do rio bebendo, conversando, namorando... e garantindo o clima alegre e jovial.

Os caminhos que levam a Córdoba

COMO CHEGAR
De avião: Pela Aerolíneas Argentinas, preços a partir de R$ 962,23 (ida e volta, com troca de aeroporto em Buenos Aires). A Gol oferece voos a partir de R$ 1.397,16, com conexão em Porto Alegre. Com a Pluna, conexão em Montevidéu e tarifas a partir de US$ 614,50 (ou R$ 1,254.50). A TAM tem voos a partir de US$ 637 - ou R$ 1.295 (ida e volta, operados em parceria com a LAN, fazendo conexão em Santiago do Chile na ida e troca de aeroporto em Buenos Aires mais conexão em Guarulhos na volta). Tarifas válidas para a segunda metade de junho.

De ônibus: Há 14 empresas de ônibus que fazem o trajeto, saindo pela manhã e à noite do Terminal de Retiro, em Buenos Aires, com tarifas a partir de 95 pesos.

De carroONDE FICARSheraton Córdoba
Del Fundador: Diárias a 203,31 pesos em quarto duplo, com café da manhã. San Jeronimo 442. Tel. (351) 428-1752.

Aldea Hostel: Uma opção mais barata, mas que combina com o clima juvenil da cidade universitária. Tem bons quartos espaçosos que compensam o banheiro coletivo e o café da manhã, que deixa a desejar. Diárias a 80 pesos em quarto duplo. Santa Rosa 447. Tel: (351) 426-1312.

ONDE COMER
Alfonsina: Um dos mais populares da cidade, leva o nome da poetisa argentina Alfonsina Storni. Tem típicos pratos cordobeses como o locro (uma espécie de feijoada, que consegue ser ainda mais pesada) e empanadas. Duarte Quirós 66. Tel. (351) 427-2847

Las Tinajas: Oferece bufê variado a preços acessíveis. Av. Colón 649. Tel. (351) 423-2888

PASSEIOS
City Tour: Custa 30 pesos por pessoa, dura 1h30m e percorre a região central da cidade. Saídas da Praça San Martin. Tel. (351) 424-6605/421-8012.

Igreja Catedral: Abre diariamente, das 9h ao meio-dia e das 16h às 20h. Visitas guiadas a 10 pesos. Praça San Martin.

Cabildo: Abre de terça-feira a domingo, das 10h às 20h. Ingressos a 2 pesos. Independencia 30. Tel. (351) 434-1202.

Museu da Universidade Nacional de Córdoba: De terça-feira a domingo, incluindo feriados, das 9h às 13h e das 16h às 20h. Visitas guiadas a 10 pesos, às 10h, 11h, 17h e 18h. Obispo Trejo 242. Tel. (351) 433-2075.

Igreja da Companhia de Jesus: Visita incluída no tour guiado do Museu da Universidade Nacional. Caseros com Obispo Trejo. Grátis.

Museu Histórico do Colégio Monserrat: De terça-feira a sexta-feira, de 10h às 13h e de 14h às 16h. Visitas guiadas por 5 pesos (menores de 10 anos não pagam), às 11h e ao meio-dia. Obispo Trejo e Sanabria 294. Tel. (351) 433-2079.

Cripta: De segunda-feira a sexta-feira, das 10h às 15h. Ingressos a 2 pesos (adultos) e 1 (crianças). $Colón com Rivera Indarte.

Museu de Bellas Artes Evita: De terça-feira a domingo, das 10h às 20h. Ingressos a 3 pesos (adultos) e gratuitos (crianças). Grátis às quartas-feiras. Hipólito Yrigoyen 511. Tel. (351) 434-3636.

Paroquia Sagrado Corazón de Jesús de los Capuchinos: Buenos Aires 693, esquina com Obispo Oro.

Estância Alta Gracia: De terça-feira a sexta-feira, das 9h às 13h e das 15h às 19h. Aos sábados, domingos e feriados, das 9h30m às 12h30m e das 15h30m às 18h30m. Visitas guiadas de terça a sexta-feira, às 10h, 11h30m, 15h30m e 17h15m. Aos sábados, domingos e feriados, às 10h, 11h, 16h e 17h. Ingresso a 4 pesos. Grátis às quartas-feiras. Av. Padre Domingo Viera 41, esquina com Paseo de la Estancia. Tel. (3547) 42-1303. $.


Museu Casa Ernesto Che Guevara: No inverno, abre às segundas-feiras, das 14h às 19h, e de terça-feira a domingo (e feriados), das 9h às 19h. Ingressos a 5 pesos. Menores de 12 anos não pagam. Grátis às quartas-feiras. Avellaneda 501, Alta Gracia. Tel. (3547) 42-8579.

Paseo Buen Pastor: Diariamente, das 10h às 22h. Entrada gratuita. Avenida Hipólito Yrigoyen 325.

NOITE
Casa Tomada: Aberto de terça-feira a domingo, a partir das 17h. As lojas fecham as portas às 22h, mas o bar não tem hora para encerrar as atividades. Achaval Rodríguez 260.

Tsunami Tango: Milongas às segundas-feiras, quartas-feiras, sextas-feiras e domingos, com aulas de tango antes da abertura da casa. Laprida 453. Tel. (351) 313-8746.

Peñon del Águila: Aberto de segunda-feira a sexta-feira, das 20h às 3h. Sábados e domingos, das 17h ao último cliente. Independencia 847.

SHOPPING
Patio Olmos: Concentra 150 lojas, em Nova Córdoba. Diariamente, de 10h às 22h. Esquina da Av. Vélez Sarsfield com Bl. San Juan. Tel. (351) 570-4100.


Reportagem na íntegra : http://oglobo.globo.com/viagem/mat/2009/05/22/os-caminhos-que-levam-cordoba-755985433.asp

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