domingo, 2 de outubro de 2011

Sintra - Portugal

Continuando os meus posts sobre Portugal ... hoje falarei sobre Sintra !

Quando decidimos viajar para Portugal, resolvemos que faríamos pelo menos dois passeios para conhecer um pouco das regiões ao redor de Lisboa. Depois de termos pesquisado todas as inúmeras opções e ficarmos dias nos martirizando por não podermos conhecer tudo, marido optou por conhecer Sintra e eu escolhi Porto.

Acordamos cedo e após o café da manhã nos dirigimos para a Estação do Rossio e de lá pegamos o trem rumo a Sintra. Sintra é uma vila portuguesa no Distrito de Lisboa, na região de Lisboa e o meio mais rápido de chegar a cidade é pelos chamados “caminhos de ferro”. Localizada a apenas 28km de Lisboa, em apenas 40 minutos e por apenas 1,95 euros, você terá a chance de conhecer uma vila que me encantou completamente. (rs....)




Visitar Sintra em um dia foi triste. Cheguei na “cidade” com a maior cara de descrença e achando que daria para ver e fazer tudo naquele dia, porém a cidade inteira respira locais lindos, palácios maravilhosos, jardins encantadores e acabamos voltando para Lisboa com a maior vontade de quero mais.

Assim que saímos da estação de trem, fomos em direção ao ponto de ônibus que fica ao lado da estação de trem. Nossa ideia inicial era pegar o comboio 434 que nos levaria até o ponto mais alto de Sintra e a partir dali, poderíamos descer em direção ao centro histórico. Uma forma bem prática de circular pela cidade é comprar o bilhete turístico do ônibus 434. Ele custa 4,00 Euros e faz a volta pelos pontos turísticos principais da região. (se você não tiver nenhum mapa de Sintra, ao lado da estação de trem, tem um centro de informação ao turista. Lá tem de tudo um pouco !!!)



Obs: Eu li em alguns blogs que percorrer os principais pontos turísticos de Sintra a pé é maravilhoso. Na minha opinião, não faça isto !! As distâncias são grandes e com altas ladeiras. Isto sem falar que em cada ponto turístico você já tem que andar muito.

Voltando ...

Nossa primeira parada foi o Castelo dos Mouros.


Construído pelos mouros no século VIII ou IX D.C., o castelo fica incrustrado entre dois cumes da Serra, de onde se tem uma das vistas mais bonitas que já vi na minha vida. Com o oceano Atlântico como pano de fundo podemos ver, no litoral do Cabo da Roca até à Ericeira e, para o interior, até ao palácio de Mafra.

As primeiras provas documentais e vestígios arqueológicos datam o Castelo dos Mouros e o povoado ali existente da época muçulmana, mais concretamente dos séculos VIII-IX.

Em 1093, D. Afonso VI, rei de Leão, conquista Sintra aos árabes. No entanto, a sua posse vai alternar entre mouros e cristãos até à conquista de Lisboa por D. Afonso Henriques, em 1147, altura em que o castelo se entregará voluntária e definitivamente aos portugueses.

Mais do que um carácter defensivo, esta fortificação tinha, como outras espalhadas pelo termo da cidade de Lisboa, uma função de vigilância e de alerta em caso da aproximação do inimigo.

Com o contínuo avanço da reconquista para sul, o Castelo dos Mouros perdeu a sua importância estratégica.

Nos finais de quatrocentos, apenas habitavam o sítio do castelo alguns judeus, segregados do resto da comunidade por ordem régia e que acabariam por sair após o decreto de expulsão de 1496. À ruína devida à passagem do tempo, juntou-se a destruição provocada pelo Terramoto de 1755.

No início do percurso, antes de se entrar na cintura interior de muralhas, é possível ver dois silos árabes, escavados na rocha, originalmente utilizados para armazenar cereais.


A cisterna do castelo era, pelas suas dimensões (cerca de 18 metros de comprimento, 6 de largura e 9 de altura), uma estrutura fundamental para o abastecimento de água à guarnição e população em caso de perigo.


Depois de algumas horas admirando a beleza do local e lendo todas as informações culturais do Castelo, nos dirigimos novamente ao ponto de ônibus e seguimos em direção ao Palácio da Pena (um pouco acima do Castelo).









Palácio Nacional de Sintra



Palácio da Pena




Entrada: EUR 6,00

O Palácio da Pena, representa uma das melhores expressões do Romantismo arquitetônico do século XIX no mundo, constituindo-se no primeiro palácio nesse estilo na Europa, erguido cerca de 30 anos antes do carismático Castelo de Neuschwanstein (Este castelo inspirou Walt Disney na construção do Castelo da Cinderela e eu só tãoooo apaixonada pelo Castelo de Neuschwanstein que tenho uma miniatura dele aqui em casa em forma de quebra cabeça 3D). Para vocês terem uma ideia do que é o Palácio da Pena, em 2007 ele foi eleito como uma das Sete maravilhas de Portugal.

Quando você saltar do ônibus, não se engane ... uma ladeira gigante espera você até o palácio. Como minhas perninhas já reclamavam, pagamos 2 euros e pegamos um ônibus do próprio palácio que nos leva a quase entrada principal.


A visita ao palácio oferece a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre os antigos proprietários da edificação e sobre como era a vida no seu interior nos tempos áureos. O interior original do palácio foi mantido, e é possível ver objetos pessoais do rei e da rainha, além das salas luxuosamente decoradas, fotos originais, entre outras coisas interessantes.











OBS: Não é permitido tirar fotos no interior do Palácio

Além do Palácio é possível visitar o Parque da Pena.

O Palácio e o Parque foram idealizados e concretizados como um todo. Do Palácio, o visitante avista um manto de arvoredo que ocupa mais de 200 hectares e constitui o Parque da Pena. Este tem diversos percursos e passeios, com inúmeras construções de jardins, pontes, grutas, bancos de jardim, pérgulas e fontes.


Chalé da Condessa de D’Edla

Chalé da Condessa de D’Edla



Alguns pontos interessantes para se conhecer dentro do Parque da Pena.

1) Chalé da Condessa de D’Edla - O chalé foi mandado construir por D. Fernado II e pela sua segunda esposa Elise Hensler, Condessa d’Edla, uma cantora de ópera suíço-americana, entre 1869 e 1875, num talhão do Parque da Pena. o chalé foi inspirado nas construções das montanhas suíças, mas revestido com materiais nacionais, como a cortiça, que emoldura cada porta e janela exterior. Também a fachada é toda ela de alvenaria, mas pintada de forma a imitar madeira, à semelhança das casas americanas. Na decoração do Chalé são vários os elementos em destaque, mas muitos atribuem-lhes significados esotéricos e associação aos Rosa Cruz.

Destruído em 1999 por um incêndio, o edifício e o parque começaram a ser recuperados em 2007, e reabriram agora em Abril de 2011 ao público, depois de completa a primeira fase dos trabalhos de recuperação.

2) Guerreiro - No alto do aglomerado de rochedos encontra-se a estátua do Guerreiro localizada no penedo da Tapada do Ferreira, a cerca de 490 metros de altitude. Trata-se de um bronze da autoria de Ernesto Rusconi (1848) que pretenderá representar o Rei D. Fernando II como guardião da sua obra.


3) Cruz Alta - É o ponto mais alto da serra de Sintra, atingindo os 529 metros de altitude. O seu nome deve-se a uma cruz que lá foi colocada no século XVI, por ordem de D. João III. Esta cruz, em pedra e com uma estrutura interna de ferro foi atingida várias vezes por relâmpagos, acabando por ser destruída.

Particularmente, eu não gostei muito de passear pelos jardins. Além de ser enorme e deixar muito a desejar, o mapa do local não representa a realidade e por várias vezes nos perdemos no meio do nada. Se você tiver muito tempo em Sintra, o passeio é até agradável, fora isto, deixe os jardins para uma outra oportunidade.

Entrada: EUR 6,00 (Somente jardins e parque) – EUR 12,00 (jardins, parque e palácio)

OBS: Se você comprar o bilhete COMBINADO, você consegue uma boa redução de preços


Palácio da Pena + Castelo dos Mouros = 14 euros

Depois destes dois longos e maravilhosos passeios ... pegamos novamente o ônibus e nos dirigimos ao centro de Sintra. Era hora de almoçar e começar a desvendar o centro turístico da “cidade”.

O centro de Sintra e todos os seus passeios começam da Praça da República. São pequenas ruas de paralelepípedos repletas de lojas, bares e restaurantes, cada uma com um charme único. No centro fica também o Palácio Nacional de Sintra, que é bastante interessante. Foi um dos Palácios Reais e hoje é propriedade do Estado Português, que o utiliza para fins turísticos e culturais. O Palácio foi utilizado pela Família Real Portuguesa praticamente até ao final da Monarquia, em 1910.

O Palácio Nacional de Sintra é o único sobrevivente íntegro dos paços reais medievais em Portugal e possui o maior conjunto de azulejos mudéjares do país e tem a sala de brasões mais importante da Europa.

Do Palácio dá para se ter algumas belas vistas da cidade e o passeio é rapidinho, já que os jardins são super compactos. A entrada fica na porta ao lado esquerdo da porta principal do palácio, acessível através da escadaria.







Sintra tem alguns pequenos restaurantes super charmosinhos e a minha principal dica é não deixar de ir ao Piriquita !!! Onde são servidas as queijadinhas de Sintra e também o famoso travesseiro, doces com recheios feitos de uma mistura de leite, manteiga, ovos e outros ingredientes que são segredo! Eu só tenho uma coisa a dizer ... o travesseiro foi o doce mais gostoso que comi durante toda a viagem a Portugal !!!!! É simplesmente divino ... e me arrisco a dizer que o travesseiro é ainda mais gostoso do que os pastéis de Belém (rs.....). Outra boa opção de restaurante é o Alcobaça que oferece uma comida portuguesa deliciosa (peguei esta dica em vários blogs). O preço é acessível e ele fica bem pertinho do Piriquita.





Depois do almoço e de um breve passeio pelo centro histórico, fomos nos encaminhando para mais um ponto turístico : Quinta da Regaleira.

No caminho até a Quinta da Regaleira é recheado de esculturas, flores e fontes. Para quem não sabe, Sintra também é a cidade das fontes !!!


Fonte Mourisca


A Quinta da Regaleira é um dos palacetes mais especiais de Sintra, sendo considerado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Construído no meio da floresta, o prédio foi projetado pelo arquiteto italiano Luigi Manini, a pedido do seu dono, Antônio Augusto Carvalho Monteiro, o Milionário (este era o seu apelido). O palácio é cercado por jardins luxuosos que têm poços, fontes e várias edificações interessantes. Dizem que várias partes dos jardins têm símbolos enigmáticos relacionados à alquimia, Maçonaria e até à Ordem dos Cavaleiros Templários.



A visita a todo este universo começa junto ao chamado Patamar dos Deuses, terraço onde estátuas de vários seres divinos estão alinhadas ao longo do caminho. Daqui parte-se para uma visita ao interior dos jardins onde a cada momento o visitante é surpreendido por lagos, fontes, torres, terraços, grutas e muitos elementos simbólicos.


Românticos de concepção, os Jardins da Regaleira são construídos sobre socalcos e constituídos por uma mistura de plantas e árvores, trazidas das mais variadas partes do globo, que foram integradas de forma harmoniosa. O passeio pelos jardins e pelo bosque faz-se por caminhos de ascensão, partindo das zonas delicadas e subindo até à floresta espontânea, onde a vegetação é plantada sem ordem aparente, tão ao gosto da sensibilidade romântica vigente durante o século XIX.

A certa altura do percurso surge, num dos lugares mais bonitos da mata, um aglomerado de pedras que esconde uma disfarçada porta de pedra. Essa porta transporta-nos para um dos locais mais impressionantes da quinta - o fantástico poço iniciático, que, como se fosse uma torre invertida, nos leva ao interior da terra. De quinze em quinze degraus descem-se os nove patamares circulares do poço, recriando o ritual em que se descia ao abismo da terra ou se subia em direção ao céu, consoante a natureza do percurso iniciático escolhido. Os nove patamares aludem aos nove círculos do Inferno, às nove secções do Purgatório e aos nove céus do Paraíso, que Dante consagrou na Divina Comédia. Lá no fundo, a carga dramática acentua-se. Gravada em embutidos de mármore em tons rosa, sobressai a grande cruz dos Templários, aliada a uma estrela de oito pontas, afinal o emblema heráldico de Carvalho Monteiro. É neste último patamar que entramos num conjunto de grutas que nos conduzem ao exterior, em autênticos labirintos, pelo mundo subterrâneo, aqui e além porventura povoado de morcegos. De construção artificial, na sua maioria, estas galerias aproveitam, no entanto, as características geológicas da mancha granítica da Serra de Sintra.











Depois da experiência marcante de atravessar caminhos tão místicos, o passeio continua, cada vez mais deslumbrante até chegar à Capela da Santíssima Trindade. De nave única, este templo segue a mesma linha decorativa que reveste o palácio, assentando, sobretudo, no revivalismo do gótico e do manuelino. Mas a Capela revela uma outra surpresa, escondida de olhares menos atentos. Umas escadas estreitas situadas à entrada do lado direito descem em espiral até à cripta. Trata-se, na verdade, de outro templo, de decoração despojada, com pavimento revestido a mosaico em xadrez preto e branco, um local imerso na escuridão, propício a meditação e a comunhão com os mortos.



Muito perto e um pouco mais acima, encontra-se finalmente o palácio de onde se tem uma vista soberba do vale por onde se estendem os jardins, da Serra e do Palácio da Pena.

A visita termina no interior do palácio, onde se destaca o lindíssimo pavimento de mosaico veneziano. Riquíssimo nos seus ornamentos, o palácio abriga atualmente uma exposição dedicada a coleção de objetos maçônicos de José Eduardo Pisani Burnay, um dos mais importantes acervos mundiais do género, constituído por mais de 600 peças.













E depois desta visita mais que fantástica ... estava chegando ao fim a nossa aventura por Sintra. Pegamos o trem de volta a Lisboa.  Como falei anteriormente, fiquei com gostinho de quero mais ... com uma vontade enorme de voltar e curtir tudo novamente.

Para quem puder ficar mais tempo em Sintra, existem outros Palácios e pontos turísticos tão fascinantes quanto estes que visitamos.

1) Palácio de Queluz
2) Convento dos Capuchos
3) Palácio de Monserrate
4) Palácio de Seteais

É isto ... espero que vocês tenham gostado do meu roteirinho de Sintra.


Beijinhos


*Créditos

http://www.cp.pt/
http://www.parquesdesintra.pt/
http://www.cultursintra.pt/
http://www.portugalvirtual.pt/
http://www.regaleira.pt/
http://www.rotas.xl.pt/1201/a05-00-00.shtml
Turomaquia


5 comentários:

Regiane disse...

Ola.
Fui para Protugal uns anos atras, e passamos por Sintra, só visitamos o palacio onde tem as chaminés enormes... Fiquei morrendo de vontade de conhecer o castelo dos Mouros, e nem sabia de tudo isso mais que tem por lá.
Quando voltarmos (se Deus quiser, em breve), vou usar seu roteiro...

BEijocas

Carol Satyro disse...

Sabe o que eu acho mais massa... daqui há uns anos, vcs vão ler estes posts novamente e relembrar cada detalhe da viagem. Seus filhos vão ler e vão querer visitar os mesmos lugares, mas terão uma visão diferente, de uma nova geração.

Se eu fosse vc, montava um tipo de um livro, mas impresso mesmo. Vai ficar muito legal.

Adoro ler os seus relatos de viagem. Quando eu for para a querida Toscana tirar minha cidadania Italiana eu faço posts parecidos para te ajudar na sua próxima visita a Europa. Itália sempre vale a pena... hehehehe

Beijos

Carol Satyro disse...

Que delícia de notícia Tetê...

Então na volta conta TUDO sobre minha Itália querida. Amo aquela terra onde meu bisnono nasceu apesar de ainda não ter tido a oportunidade de ir para lá. É minha história né.

Agora notícia mais delícia ainda é a tentativa do baby né. Realmente, como vc não trabalha, daí pe$a.

E vc vai descrever este momento aqui no blog ou vai fazer um VIP para não se aperrear com os palpiteiros indecentes?...hehehe

PS: não publiquei o coment, mas está lá guardadinho.

BEijos

Carol Satyro disse...

Sobre o livro, a ideia que tive era somente de vc imprimir os posts do blog e mandar encadernar, acho que vai ficar bacana...
Guardar junto com o album de cada viagem.

E vc escreve bem sim viu...

Beijos

Marta disse...

Amoooo
Sintra é linda demais! Tb fui nesses lugares e que saudades!
Se Bruno vê esses travesseiros fica doido.. ele comeu vários e queria trazer para viagem.. huahauhaua
Beijos